A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) organizou dois atos para marcar o Yom Hashoá – Dia do Holocausto e o Heroísmo, quando se honra a memória dos 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
O Ato Central de Yom Hashoá aconteceu em 07 de abril e lotou o Teatro Arthur Rubinstein de A Hebraica. O evento teve como tema “Resistência” e homenageou pessoas que resistiram a situações extremas e salvaram a vida de milhares de judeus tais como: Aristides de Sousa Mendes, Shmuel Stern, Raul Walemberg, e Mordechai Anielewicz.


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Com a presença marcante da juventude, o Ato teve o acendimento de seis velas por sobreviventes do Holocausto, autoridades e lideranças judaicas e contou com apresentação da Orquestra de Cordas Laetare sob regência de Muriel Waldman, performances da juventude da Hebraica e dos movimentos juvenis, apresentação musical de Juliana Schajnovetz e Dani Muzkat e orações conduzidas pelo chazan Avi Bursztein, que entoou o Kadish e o El Male Rahamim.
O cônsul de Portugal, Paulo Lopes Lourenço, prestigiou o evento e agradeceu a homenagem da comunidade judaica ao português Aristides de Sousa Mendes, que contrariando o regime de Salazar salvou a vida de mais de 10 mil judeus.
Em seu discurso, o presidente da Fisesp, Mario Fleck, destacou alguns pontos que nunca podem ser esquecidos, tais como: O ódio aos judeus é milenar, o que nos une é mais importante do que o que nos separa, precisamos de líderes fortes, assertivos e corajosos e o Holocausto não criou Israel, mas sem Israel ele pode acontecer de novo e finalizou frisando aos jovens a importância de colocarmos Israel em nossas vidas, seja como for.
No dia seguinte, cerca de 300 alunos de cinco escolas judaicas da capital paulista Alef, Beit Yaacov, Iavne, Peretz, Renascença e Yeshivá de Cotia trocaram as salas de aula por uma visita ao Cemitério Israelita do Butantã, onde participaram de um Ato Solene que também contou com a participação dos alunos da Escola Ileusa Caetano da Silva que estão trabalhando os temas Holocausto, diversidade e o respeito a outras religiões em sala de aula.
O tema “Resistência” também marcou o evento, que contou com performances dos alunos em homenagem a Dinamarca, único país reconhecido como “Justos entre as Nações” e a outros “Justos” tais como Wiktoria e Jozef Ulma, Sughihara, Souza Dantas, e a organização polonesa Zegota.
O sobrevivente Ben Abraham foi efusivamente aplaudido nos dois eventos e emocionou a todos ao fazer o seu apelo: “como testemunha viva desta tragédia prometi a mim mesmo que se sobrevivesse contaria ao mundo tudo o que vi, e de como um regime igual ao de Hitler pode conduzir o destino do mundo. A existência de Israel é a nossa resistência. Com Eretz Israel somos livres, independentes e iguais a todos os povos. Israel é nosso futuro, nossa pátria e nossa segurança”, declarou Ben Abraham.

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A data escolhida marca o fim da revolta do Levante do Gueto de Varsóvia, quando pela primeira vez, um grupo de judeus confinados no Gueto, chefiados pelo jovem Mordechai Anielewicz, desafiou durante vários dias o poderoso exército nazista , que acabou assassinando todos os judeus habitantes daquela área de confinamento.