De 18 a 21 de setembro, estão em São Paulo e Rio de Janeiro três dos principais estrategistas do “think tank” israelense Jewish People Policy Institute [JPPI- Instituto de Políticas para o Povo Judeu]: Michael Herzog, general da reserva que participou das negociações de paz com a Jordânia [tratado de paz assinado em 1994], Síria e palestinos; Avi Gil, diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel entre 2001 e 2002, participou da negociação dos acordos de Oslo, em 1993, e é conselheiro influente do presidente Shimon Peres; Avinoam Bar-Yosef, presidente e fundador do JPPI, foi chefe da sucursal do jornal israelense Maariv nos Estados Unidos.
Órgão independente criado em 2002 e sediado em Jerusalém, o instituto visa garantir, por meio de planejamento estratégico, o florescimento da civilização judaica. Em sua atuação, identifica opções críticas e analisa seu impacto potencial, atuando em conexão com governos e formadores de decisão.
Em debate realizado em 18 de setembro, na Hebraica de São Paulo, os estrategistas analisaram, entre outros temas, o futuro de Israel e a votação na ONU por um Estado palestino. Veja trechos do debate, editados pelo Shalom Brasil.
Michael Herzog afirmou que esta é a primeira vez que os palestinos se desviam de negociações bilaterais. Ele se pergunta: terá sido apenas um desvio ou eles escolheram o caminho do confronto?
Para Avinoam Bar-Yosef, o próximo primeiro-ministro em Israel será aquele que apoiar uma solução de dois Estados, com direito de retorno dos palestinos só para o Estado palestino. Segundo ele, Israel busca um acordo, pois não tem interesse que o conflito seja mais um tema a influenciar os protestos da Primavera Árabe.
Para Avi Gil, uma questão crítica é a definição das fronteiras dos dois países, que deve ser tomada o mais rápido possível. O estrategista também analisou o papel do Irã: a hegemonia iraniana na região enfraquecerá caso seja assinado um acordo de paz entre Israel e palestinos.
Os estrategistas do JPPI se encontraram também com jornalistas, líderes comunitários, formadores de opinião e movimentos juvenis. Leia entrevista com Michael Herzog, na Folha de S. Paulo (para assinantes da Folha e do UOL). No dia 20, eles deram palestra na instituição cultural Hillel, no Rio de Janeiro. No dia 21, falaram na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
Eles estiveram no Brasil a convite da Federação Israelita do Estado de São Paulo, em parceria com Confederação Israelita do Brasil.