Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina realiza debate com jovens sobre violência doméstica e relacionamentos abusivos

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Evento contou com a presença de Jéssica Aronis que foi vítima de uma relação abusiva durante seis anos

“Na Torá um dos mandamentos diz que quando o teu próximo se enfraquecer, não poderás se omitir, deverás se esforçar e se empenhar em fortalece-lo. No judaísmo, aprendemos com nossos país e passamos de geração em geração o sentido de cuidarmos uns dos outros, de nossa comunidade e do mundo em que vivemos” foi com essa emocionante fala, que a diretora da Fisesp, Miriam Vasserman, deu início ao evento “Por Todas e para Todas”, um debate inspirador com mulheres que transformam”.

Realizado pelo Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina (ELF) da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e voltado para o público jovem, o debate, que lotou o CIVI_CO Coworking, contou com a participação de Luciana Temer, advogada e diretora- presidente do Instituto Liberta; Raquel Prêto, advogada tributarista e sócia no Preto Advogados e Silvia Chakian, promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo.

O debate, que foi mediado pelo jornalista Marc Tawil, teve início com o depoimento da jovem Paula Lottenberg, que após assistir ao evento “Mulheres em Ação” realizado pelo ELF em 2018, se encantou com o trabalho de Luciana Temer e hoje trabalha com ela no Instituto.

Durante quase duas horas, as participantes alertaram sobre o crescimento da violência doméstica contra as mulheres, destacando as principais formas de como ela se manifesta – violência sexual, virtual, moral, física e patrimonial; de quais os sinais de alerta de relacionamentos abusivos – como temperamento explosivo, falsas acusações, possessividade, ciúme e insegurança excessivos e de como enfrentar a violência e criar uma rede de proteção.

Para Luciana Temer, “esta nova geração é bem mais consciente, porém vive em um mundo digitalmente bem mais complicado. Se por um lado eles estão mais bem preparados, para o enfrentamento dessas relações, por outro estão bem mais expostos”.

Raquel Prêto frisou a importância de debater a questão da violência contra a mulher: “é muito importante falarmos sobre esse tema, torná-lo visível e palpável, mostrar que essa é uma realidade que nos cerca e que pode nos atingir diretamente. As pessoas precisam ter a real percepção de que a violência contra a mulher não está distante e a melhor forma de combate-la é ser capaz de conhecer este contexto e não deixar a situação se aprofundar”.

“A violência contra a mulher é um problema que diz respeito a toda sociedade e principalmente às jovens, que estatisticamente estão mais sujeitas. O que estamos fazendo hoje é justamente trabalhar com prevenção, de forma a conscientizar o público sobre formas de violência, sinais que antecipam relacionamentos abusivos, armadilhas que são impostas a meninas e mulheres e que as prendem a esses relacionamentos, pois é assim que evitamos o feminicídio”, destacou Silvia Chakian.

Um dos pontos altos do evento foi o depoimento de Jéssica Aronis , que foi vítima de violência doméstica. “Vivi um relacionamento abusivo com meu ex-marido por seis anos. Sofri todos os tipos de violência física e psicológica, sem saber que estava em um relacionamento abusivo. Consegui me libertar e hoje quero alertar outras mulheres e encorajá-las a denunciar seus agressores”, disse a jovem. Jessica enfatizou que muitas pessoas mal conseguem identificar que estão em um relacionamento abusivo. Segundo ela, os amigos e familiares não devem julgar, mas sim procurar ajudar quem estiver nessa situação.

Emocionado após o depoimento de Jéssica, Ricardo Podval, proprietário do CIVI_CO Coworking, ofereceu o espaço para que ela possa realizar eventos da ONG “Mãos Empenhadas contra a Violência”, da qual a jovem é madrinha e que tem como objetivo a capacitação de profissionais de beleza e estética para identificar sinais de violência contra as mulheres que frequentam os salões de beleza.

“Foi uma noite memorável! Combinamos um tema de extrema importância, mulheres em vulnerabilidade, com a participação de jovens que se sentiram sensibilizados pela fala das palestrantes da noite”, finalizou Elisa Nigri Griner, uma das organizadoras do evento e que integra o Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina da Fisesp