CONIB e FISESP repudiam declarações feitas por José Carlos Bernard

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Em carta, a CONIB e a FISESP externaram o seu repúdio pelas declarações feitas pelo comentarista José Carlos Bernardi, em debate realizado recentemente na JP NEWS. Segundo Bernardi, a pujança econômica atual da Alemanha teria como uma de suas causas a morte de judeus no Holocausto e o confisco de seus bens pelo regime nazista.

Leia os principais trechos da carta:

“Prezado Sr. José Carlos Bernardi A/C Diretoria da TV Jovem Pan A CONIB (Confederação Israelita do Brasil) e a FISESP (Federação Israelita do Estado de São Paulo), que representam a comunidade judaica brasileira e paulista e atuam com base em princípios como paz, democracia, justiça social, diálogo inter-religioso e combate a intolerância, discurso de ódio e terrorismo, manifestam seu repúdio em relação ao mencionado por V.Sa. em debate realizado recentemente na JP NEWS, quando afirmou que a pujança econômica atual da Alemanha teria como uma de suas causas a morte de judeus no Holocausto e o confisco de seus bens pelo regime nazista.

A forma como essa narrativa foi colocada à imensa audiência da JP gerou justificada consternação e revolta na comunidade judaica. Em atenção ao nosso compromisso de zelar pela memória e dignidade das vítimas do Holocausto e de seus descendentes, entendemos ser de fundamental importância alertar aos formadores de opinião que a comparação de situações contemporâneas com os horrores do Nazismo e do Holocausto, para qualquer finalidade, é equivocada e extremamente dolorosa ao povo judeu.

O Holocausto foi um ato sem paralelo na história humana e representa o capítulo mais trágico da história do nosso povo, que culminou no extermínio cruel de 6 milhões de judeus indefesos, dentre os quais 1.5 milhões de crianças judias.

A preservação dessa memória é fundamental para que horrores como aqueles não se repitam e é uma das prioridades das comunidades judaicas em todo o mundo. Nesse sentido, informamos que temos como slogan da nossa luta e permanente campanha as palavras “Não compare o incomparável”, que traduzem a gravidade do assunto.”

Carta-para-JP-Nov-2021.pdf