Com prestígio de pessoas importantes no cenário atual, conteúdo riquíssimo e organização impecável, o Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina (ELF) da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) realizou nesta segunda-feira, 29 de novembro, no Clube A Hebraica, a segunda edição do evento “Mulheres de Ação – um debate inspirador com mulheres que transformam”.
Pautado em uma troca de experiências entre mulheres e homens que ocupam cargos de liderança e lutam pelos direitos femininos, o evento reuniu convidados de peso e de renome em suas áreas de atuação. Assim como na edição anterior, o debate contou com painéis que homenagearam grandes personalidades judias femininas, focados justamente nas áreas de atuação do ELF: Advocacy, Relacionamentos Saudáveis, Violência contra a Mulher e
Liderança e Networking
O Painel Advocacy homenageou a primeira mulher a se tornar juíza da suprema corte americana Ruth Bader Ginsburg e reuniu a Secretária de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, Marta Suplicy e a Fundadora e Diretora do CEIPE FGV, Claudia Costin. A moderação ficou a cargo do Advogado e presidente da Fisesp, Luiz Kignel. Marta deu detalhes sobre sua luta pelos direitos das mulheres e do público LGBTQIA+, de sua participação na TV que se iniciou durante os anos da ditadura, bem como de seu envolvimento com a política. Claudia trouxe seu olhar como gestora pública e especializada em educação, destacando os desafios da educação brasileira e a importância de boas políticas públicas que tragam oportunidades a todos.
A fundadora e Diretora da Escola Stance Dual, Eliana O. Rahmilevitz, o psicoterapeuta e apoiador do Grupo ELF, Leo Fraiman e a Psicóloga e Consultora Educacional Rosely Sayão, participaram do segundo Painel, Relacionamentos Saudáveis, que homenageou a historiadora Anita Novinsky. Eles destacaram a importância das escolas trabalharem os relacionamentos saudáveis, entre pais, corpo docente e principalmente com o envolvimento dos próprios alunos, da importância da educação dentro de casa, e do envolvimento e participação não só das mães, mas também dos pais, tanto na divisão das tarefas, como na construção dos relacionamentos saudáveis. Também reforçaram a necessidade de uma relação de equidade entre homens e mulheres e de autoridade, e não de poder, entre pais e filhos. A moderação ficou por conta da jornalista Mariana Kotscho, autora do Blog Papo de Mãe.
O Painel Violência contra a Mulher homenageou a escritora Clarice Lispector e também contou com a moderação de Mariana e a participação de Elza Paulina de Sousa, primeira mulher e negra a assumir o comando geral e se tornar Inspetora Superintendente da Guarda Cívil Metropolitana (GCM) , Juliana Gentil Tocunduva, Promotora de Justiça responsável pela atuação do Ministério Público de São Paulo na Casa da Mulher Brasileira, que atende acolhe e oferece diferentes serviços para mulheres vítimas de violência doméstica e o Juiz Mario Rubens Assumpção, Juiz de Direito titular da Vara da Região Leste 3 de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Eles trouxerem suas experiências e debateram sobre os alarmantes índices de violência contra a mulher no Brasil, da importância de denunciar casos de violência doméstica e de reforçar que a mulher vítima de violência saiba que ela não é a culpada, mas sim a vítima. Eles também reforçaram que a violência doméstica não é um problema apenas da vítima, mas de toda a sociedade.
A Secretária de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo, Celia Parnes, a Secretária de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Patricia Ellen e a Bióloga e Divulgadora Científica Natalia Pasternak participaram do último Painel sobre Liderança e Networking no Painel que homenageou Hanna Szenes, judia húngara que se ofereceu para saltar de paraquedas na Europa ocupada em março de 1944. Juntamente com o Presidente Executivo da FISESP, Ricardo Berkiensztat, elas deram depoimentos de como se sentem em serem mulheres trabalhando em áreas onde predomina a presença masculina, de como enxergam o papel da mulher na ciência, na política e no poder público, destacaram o papel e a força das mulheres durante a pandemia do coronavírus, e da relevância de acelerar o processo para termos mais mulheres como tomadoras de decisões nos Conselhos e diretorias de grandes empresas em todo o mundo.
O evento foi coroado com o Prêmio ELF Mulheres de Ação anunciado pela Jornalista, Repórter e Âncora da Rádio CBN Petria Chaves, que brilhantemente conduziu o evento como Mestre de Cerimônias, agraciado a Célia Parnes, Claudia Costin, Patricia Ellen e Natália Pasternak (que participou do evento virtualmente diretamente dos Estados Unidos).
“Sou uma mulher de sorte! Sorte de ter nascido num lar judaico, centrado na educação, respeito, ajuda aos desfavorecidos e de muito apoio nas minhas escolhas pessoais. Sorte de ter a figura de avó, mãe e filha, mulheres fortes na conquista de seus espaços, cada uma em seu tempo. Sorte de ter homens a minha volta que me apoiam incondicionalmente – meu marido aqui online, meu filho na plateia, e meus companheiros de Fisesp e de outras entidades.
Temos muita sorte, de sermos livres para ir e vir, de falar e de viver da forma que queremos. Lembramos aqui que muitas mulheres não estão nessa situação, e este é o nosso trabalho: dar voz a quem ainda não é ouvida. Dar luz a quem ainda vive na escuridão”, concluiu Miriam Vasserman, diretora do Grupo ELF e idealizadora do evento “Mulheres de Ação”.