“Ato Comunitário em Lembrança ao Primeiro Ano do 7 de Outubro” reúne comunidade judaica no clube A Hebraica

Evento, comandado por Ricardo Berkiensztat e Deborah Sutton Chammah, foi uma iniciativa do clube A Hebraica, do Consulado de Israel, CONIB, Federação Israelita SP, Fundo Comunitário, Agência Judaica, KKL, IBI e Stand With Us

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Vista geral do público. Foto: Flavio Mello.

Em 7 de outubro de 2023, Israel sofreu o maior ataque terrorista de sua história, o que ocasionou uma guerra que fala diretamente sobre sua existência e a existência de toda a comunidade judaica. E para marcar o primeiro ano do dia mais fatal para os judeus desde o Holocausto, foi realizado, por toda a comunidade judaica, no clube A Hebraica, o “Ato Comunitário em Lembrança ao Primeiro Ano do 7 de Outubro”. O evento foi comandado pelo presidente executivo da Federação Israelita SP Ricardo Berkiensztat e por Deborah Sutton Chammah, gerente de educação da Stand With Us Brasil, e foi uma iniciativa do clube A Hebraica, do Consulado de Israel, CONIB, Federação Israelita SP, Fundo Comunitário, Agência Judaica, KKL, IBI e Stand With Us. 

Os mestres de cerimônia Ricardo Berkiensztat e Deborah Sutton. Foto: Flavio Mello.

O ato começou com a execução do Hino Nacional do Brasil e em seguida, foi exibido em um telão, um recado de agradecimento a toda comunidade pelo apoio a Israel, pelo presidente do Estado, Isaac Herzog. 

Logo após o recado, foi acendida a primeira vela, em homenagem a todos os caídos, por Rafael Erdreich, Cônsul de Israel em São Paulo e sua esposa Maya Erdreich. Já a segunda, em homenagem aos soldados que caíram em batalha desde o 7 de outubro e todas as vítimas dos últimos 12 meses, foi acendida por representantes do Fundo Comunitário/Keren Hayesod e Agência Judaica, sendo eles Demian Lisak, Sheliach do Keren Hayesod, Eliana Falbel, presidente da divisão feminina do Fundo Comunitário, Rafael Feder, vice-presidente do Fundo Comunitário e Estela Schorr Filut, representante da Agência Judaica no Brasil.

Posteriormente, foi exibido um vídeo com todos os brasileiros vítimas dos atentados e logo após esse vídeo, foi acendida uma vela em homenagem a eles, por Tatiana Nidejelski, mãe de Ranani Glazer, um dos brasileiros brutalmente assassinados pelo Hamas no dia 7. Para acompanhá-la, estavam também no palco Ruth Goldberg, presidente do IBI e Manoela Miklos, diretora executiva do IBI. Fez-se um minuto de silêncio em memória às vítimas. 

Depois, o Hazan e cantor Dudu Fisher entrou no palco, cantando El Maale Rachamim, fez um Kadish e a leitura de Tefila L’Shalom Hamedina. 

O presidente da Federação Israelita SP Marcos Knobel. Foto: Flavio Mello.

Em seguida, foi feita uma reza de paz para Israel, por Gaby Milevsky, CEO do clube A Hebraica. 

Após a reza, Fernando Rosenthal, presidente do clube, fez uma homenagem aos soldados, levando ao palco dois soldados feridos, representantes da organização Beit Halochem.

 Posteriormente, foi passado um vídeo da enfermeira Amit Man, que foi morta no atentado, com narração de sua história feita pelos cerimonialistas. 

Depois do vídeo, subiram ao palco quatro Shinshinim, da Agência Judaica, para cantarem a música “Shum davar ló ifgá bi”. 

O presidente da Conib Claudio Lottenberg. Foto: Flavio Mello.

Em seguida, crianças das escolas judaicas subiram, acompanhados da maestrina Tania Frenkiel Travassos, para cantar a canção Habaita, em homenagem aos reféns. 

Milton Neves, Madeleine Laksco e Carol Malouf foram homenageados. Foto: Flavio Mello.

Depois, jovens de todas as Tnuot subiram ao palco para ler um manifesto pelo retorno dos reféns, e todos os participantes do ato seguraram as fotos desses reféns, ao longo da leitura do manifesto e do vídeo retratando as ações feitas em Israel e Brasil, pelo retorno deles. 

 

Ranani Glazer é homenageado com o acendimento de uma vela. Foto: Flavio Mello.

A jovem cantora Anna Worcman subiu ao palco para cantar a música “October Rain”. 

Soldados feridos em combate foram homenageados. Foto: Flavio Mello.

André Lajst, presidente executivo da Stand With Us, leu um manifesto de combate ao antissemitismo. 

André Lajst discursa. Foto: Flavio Mello.

Dudu Fisher voltou ao palco, acompanhado de seu filho e a maestrina Sima Halpern, para cantar as canções “Bring him home”, Mi Sheberach e Avinu Malkeinu. 

O cantor Dudu Fisher e seu filho. Foto: Flavio Mello.

O evento também foi marcado por uma homenagem aos “justos”. Claudio Lottenberg, presidente da CONIB, convidou ao palco Carol Malouf, Milton Neves, Madeleine Lacsko e Mario Sabino, brasileiros judeus que se posicionaram a favor de Israel, e os entregou uma placa de reconhecimento, discursando em seguida sobre a importância de seu apoio e agradecendo em nome de toda a comunidade. No momento, as embaixadoras da CONIB se levantaram, todas usando vestidos brancos com os nomes dos reféns. 

O cônsul Rafael Erdreich e sua esposa acendem uma vela. Foto: Flavio Mello.

Houve também uma homenagem e agradecimento a todas as entidades da comunidade judaica e influenciadores digitais judeus que desempenharam um papel fundamental desde o 7 de outubro. 

O presidente da Hebraica, Fernando Rosenthal. Foto: Flavio Mello.

Além disso, Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita SP, homenageou e honrou os esforços de toda a comunidade judaica pela resiliência e ações feitas no último ano. Depois, foram convidados a subir no palco aqueles que se dedicaram ao ato, para que todos cantassem o Hatikva, com projeção da bandeira de Israel no telão, e com o público exibindo bandeiras de Israel e pequenas velas artificiais que ganharam na entrada. 

“Hoje nós completamos um ano do maior atentado à comunidade judaica mundial depois do Holocausto. É triste nós termos que “ganhar” uma nova data para se lembrar, se lamentar, mas também honrar todos que caíram nesse triste evento. Mas por outro lado, podemos ver o ginásio lotado. A comunidade veio, a comunidade está unida. A comunidade está forte. A comunidade está vivendo o Judaísmo. Há um ano atrás, eu fiz uma promessa: que nós não deixaríamos de viver a nossa vida comunitária. Um ano depois, nós fomos às escolas, às sinagogas, ao clube A Hebraica. E nós vivemos o Judaísmo. Isso é o mais importante. A comunidade está forte, a comunidade judaica vive. Am Israel Chai”, declarou Marcos Knobel, acerca do evento de ontem. 

“Eu acho essencial um evento como esse. É o primeiro de todos os eventos do 7 de outubro. Mas eu penso que não é só um movimento de um evento como esse importante, daqui para fora, para lembrar o desastre, a catástrofe, a tragédia, o atentado, mas é um “call for action”. Precisamos assumir as responsabilidades, deixar as nossas diferenças de lado dentro da comunidade e lutar pelo que é de interesse comum: a nossa segurança, a nossa existência, para combater o antissemitismo aqui no Brasil e na América Latina, enquanto nossos soldados estão lutando para vencer essa Guerra, que é uma guerra existencial”, disse André Lajst. 

“É um momento importante, porque nós passamos um ano muito difícil. De muita dor, de muito sofrimento, de muita frustração por uma leitura de uma sociedade ainda preconceituosa e muito cheia de discurso de ódio, expressando isso através do antissemitismo. Portanto, estar aqui hoje e sentir esse público todo significa que estamos unidos e fortes”, comentou Claudio Lottenberg. 

“É de uma importância muito grande o evento ser sediado pela A Hebraica, mas principalmente fazer esse evento junto às outras entidades. Sempre digo que juntos somos mais fortes e por isso estamos aqui para relembrar o 7 de outubro e tudo de terrível que aconteceu.” afirmou Fernando Rosenthal.