Frequentadoras da CIP que sobreviveram a Tsunami na Tailândia relatam suas experiências no Café Literário

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Ale Edelstein, Deborah Telesio e Marie Felice Weinberg durante o debate. Foto: Flávio Mello.

No dia 21 de outubro de 2024, o Café Literário da Congregação Israelita Paulista (CIP) recebeu Deborah Telesio e Marie Felice Weinberg, que compartilharam suas experiências de sobrevivência ao tsunami de 2004 na Tailândia, evento que culminou na morte de mais de 227 mil pessoas. A conversa, mediada por Ale Edelstein e realizada na Sucá da CIP, girou em torno do livro das autoras, “Tinha um tsunami no caminho”, que narra suas vivências durante essa tragédia natural de proporções bíblicas.

Deborah e Marie durante a sessão de autógrafos. Foto: Flávio Mello.

Deborah e Marie compartilharam detalhes de como tudo aconteceu, desde a decisão de se hospedarem em um simples bangalô, em vez de um resort à beira-mar (que acabou completamente destruído), até como cada uma vivenciou o momento do tsunami — uma estando no mar e a outra em terra. Elas também relataram como se perderam e se reencontraram, levando o público a refletir sobre resiliência, transformações pessoais e o poder da reconstrução diante das adversidades.

Deborah, Ale e Marie durante o evento. Foto: Flávio Mello.

“Acho que todo mundo passa por um tsunami na vida. Um, dois, vários. E não interessa o tamanho, nem a envergadura. Interessa o que você aprende com ele. E como que você ressignifica as questões da sua vida”, destacou Deborah.

Equipe da CIP com as palestrantes. Foto: Flávio Mello.

Marie, por sua vez, enfatizou que seu maior aprendizado foi desenvolver a habilidade de enxergar melhor ao seu redor, tanto as pessoas quanto  a natureza. “Aprendi a reconhecer minha própria fragilidade,  bem como a importância da humildade e a profundidade das minhas conexões com os outros”.

Elas também falaram  sobre o impacto da pandemia na decisão de escrever o livro,  projeto que levou quatro anos para ser concluído.

“A obra traz uma mensagem muito poderosa, e eu acho que isso reflete uma grande generosidade. Esse, para mim, é o grande ensinamento da obra: falar sobre o que vem depois, sobre o que cada uma enfrentou após aquele momento de euforia e as dificuldades que seguiram. E acho que isso é um ensinamento muito valioso para os dias de hoje — essa capacidade que todos temos de nos regenerar”, pontuou Ale Edelstein.

Ao final do encontro, a  presidente da CIP, Laura Feldman, também compartilhou suas reflexões sobre a capacidade de regeneração diante das adversidades e reforçou o sentimento de pertencimento e acolhimento que permeou a conversa.

O Café Literário é uma  realização do Ministério da Cultura através da Lei de Incentivo à Cultura e da  Congregação Israelita Paulista (CIP) com o patrocínio de CSN, Itaú Alfa, Bemol, Banco Safra, Unigel, GR, Rosset e Smart Storage.

Vista geral da Sucá da CIP. Foto: Flávio Mello.