Após mais de 40 anos em que uma mulher não recebia um prêmio Nobel de Química, a primeira a quebrar o jejum de décadas foi a professora Ada Yonath, do Instituto Weizmann de Ciências, outorgada com o Prêmio Nobel de Química em 2009 juntamente com os norte-americanos Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz.]
Na primeira semana de agosto ela esteve no Brasil para participar do 38o Congresso Internacional de Fisiologia, que aconteceu no Rio de Janeiro, de 01 a 05 de agosto. Aproveitando sua vinda ao país, a Associação dos Amigos do Instituto Weizmann do Brasil realizou um evento em conjunto com o cônsul honorário do Rio de Janeiro, Osias Wurman, a Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj) e o Fundo Comunitário. Ainda no Rio, a professora também visitou a Escola Eleva, onde falou sobre suas pesquisas e interagiu com os alunos.
Ada Yonath nasceu em 1939 em Jerusalém e fez doutorado em cristalografia de raios X em 1968 no Instituto Weizmann de Ciências, onde ainda trabalha. Em sua apresentação, ela explicou como funcionam os ribossomos, máquinas produtoras de proteínas dentro das células e de fundamental importância no controle metabólico. Hoje, fala-se muito do aumento da resistência das bactérias aos antibióticos existentes e é nesse aspecto que seu trabalho torna-se de fundamental importância. A interpretação exata e antes desconhecida da posição atômica dos ribossomos permitirá o avanço na criação de medicamentos mais eficientes ou na possibilidade de encontrar a sinergia adequada entre diferentes antibióticos.
Apesar da seriedade de suas pesquisas, a professora Ada se mostrou bem humorada, e ao final de sua palestra mostrou uma caricatura sua e comentou: “Como eu tenho cabelo encaracolado, tem um novo ditado em Israel: cabelo encaracolado significa uma cabeça cheia de ribossomos”.
“O Instituto Weizmann vem contribuído de maneira impar para a sociedade como um todo e a professora Ada Yonath é um dos maiores símbolos que existem em Israel. Ela é um dos “grandes cérebros” que dedicam sua vida para o bem da humanidade e para o avanço da ciência”, destacou o presidente dos Amigos do Weizmann, Mario Fleck.
Localizado em Rehovot, Israel, o Instituto Weizmann de Ciências é uma das mais respeitadas instituições de pesquisa multidisciplinar no mundo. O Instituto abriga cerca de três mil cientistas, estudantes, técnicos e equipe de apoio.
O Weizmann desenvolve uma ampla gama de pesquisas baseadas na curiosidade, para gerar conhecimentos em benefício da humanidade. O Instituto está sempre em busca de novos caminhos para combater doenças e a fome, desenvolver novas tecnologias e materiais e criar estratégias para proteger o meio ambiente.