Alunos Brasileiros ganham bolsas para estudar no Instituto Weizmann de Ciências de Israel

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O grupo de Amigos do Instituto Weizmann do Brasil proporcionará a cinco alunos brasileiros, bolsa integral para participar do 49o International Summer Science Institute, curso de verão do Instituto Weizmann, que acontecerá durante o mês de julho, na cidade de Rehovot, Israel.

“Após um intenso processo de seleção que incluiu também os participantes da Febrace e da Mostratec, escolhemos os cinco finalistas que viajarão a Israel e podem ser considerados um grupo de elite. Agradeço ao empenho da banca examinadora”, destacou Regina P. Markus, vice-presidente do Grupo de Amigos do Weizmann Brasil.

São eles: Giovanna Lemos, de São Paulo, premiada na FEBRACE (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia realizada anualmente na Universidade de São Paulo – USP), Vinicius Muller Silveira, do Rio Grande do Sul, selecionado na MOSTRATEC (Feira de Ciência e Tecnologia realizada anualmente pela Fundação Liberato em Nova Hamburgo – RS), Daniel Burghart e Maria Eduarda Santos de Almeida, ambos do Rio Grande do Sul e Luiz Fernando da Silva Borges, de Mato Grosso do Sul, selecionados através do concurso dos Amigos do Weizmann aberto a estudantes de todo o Brasil.

“O Brasil tem encaminhado alunos desde 1983 e muitos dos que passaram pelo Instituto tiveram suas vidas acadêmicas e profissionais positivamente influenciadas por esta experiência”, destacou o presidente dos Amigos do Instituto Weizmann do Brasil, Mario Fleck.

O International Summer Science Institute acontecerá de 04 a 30 de julho de 2017, período em que o Instituto Weizmann abrirá seus mais modernos laboratórios nas áreas de bioquímica, biologia, química, matemática, ciência da computação e física para os futuros cientistas. Trabalho de bancada e seminários de área serão o foco durante as primeiras semanas e em seguida o grupo realizará trabalho de campo próximo ao Mar Morto. Neste ecossistema único e peculiar os estudantes terão a oportunidade de pesquisar em tópicos multidisciplinares incluindo biologia, geografia, história e arqueologia.

Saiba mais sobre os alunos classificados:

Giovanna Lemos, premiada na FEBRACE
17 anos – São Paulo, SP – recém formada no ensino médio, se prepara para participar da Intel ISEF, e espera as respostas das universidades americanas e canadenses para fazer graduação em neurociências.
“Acredito que tenha começado a ter curiosidade por neurociências e psicologia aos 14 anos, quando comecei a assistir a série Criminal Minds. Desde então, tenho estudado o assunto”, diz Giovanna Lemos. Esta aluna do Colégio Pentágono, conquistou o primeiro lugar na Olimpíada Brasileira de Neurociências. Como resultado, representou o Brasil no mundial na Austrália, onde conheceu pesquisadores brilhantes e se apaixonou ainda mais por neuroanatomia.
Ao voltar ao Brasil, iniciou um curso de neurociências na escola, entrou para o comitê da Brain Bee Olimpíada Paulista de Neurociências.
Giovanna espera que seus conhecimentos de neurociência e computação possam melhorar a vida de pessoas que sofrem com doenças neurológicas ou neuropsiquiátricas.

Vinicius Muller Silveira, premiado na MOSTRATEC
19 anos, Rio Grande do Sul, Engenharia da Computação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Desenvolveu um sistema eletrônico que, acoplado à máquina semeadora, gera mapas que indicam ao agricultor quais zonas estão afetando sua produtividade
“ Quando eu era criança, meus pais não gostavam que eu estragasse brinquedos e eletrônicos desmontando-os, mas a satisfação de ter entendido aquele mecanismo e como ele funcionava fazia valer a pena”. Foi ao entrar no Curso Técnico de Eletrônica, na Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha, Rio Grande do Sul, que Vinicius percebeu que esse espírito se encaixava muito bem na metodologia científica e na pesquisa.
Com 18 anos, já no último ano de curso, definiu como objetivo desenvolver um projeto para resolver um problema real. “O Brasil é um país que possui uma carência muito grande por sistemas eletrônicos na área da agricultura. Com seu projeto, o agricultor pode identificar quais zonas estão afetando sua produtividade, para então, descompactá-las. O sistema também faz a medida do consumo de combustível do trator durante a plantação, resultando numa operação mais eficiente e ecológica. O sistema já foi validado.
“Durante todo o desenvolvimento desse e de outros projetos comecei a perceber o que é ser um cientista: Passar horas, dias e até semanas trabalhando persistentemente em algo, somente para atingir aquele objetivo que eu mesmo tinha estipulado”, diz Vinicius. No Instituto Weizmann, além de um lugar repleto de diferentes culturas, ele espera encontrar cientistas que tenham amor pela pesquisa”.

Daniel Burghart
20 anos , Rio Grande do Sul, Engenharia da Computação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS). Idealizou um sistema composto de um medidor portátil e wireless de consumo de energia elétrica, e um aplicativo para Smartphones que apresenta esses dados coletados em reais (R$). “Existe uma grande barreira entre as pessoas quererem economizar energia em casa, e as que efetivamente conseguem fazer essa economia, que é a desinformação em relação a quais equipamentos tem maior impacto na conta de luz”. “Reduzir o consumo de energia é bom para as pessoas, os governos e o meio ambiente”
Hoje Daniel tem 20 anos, está na faculdade, mas o fascínio pela tecnologia é algo de longa data. Formou-se como Técnico em Eletrônica na Fundação Liberato – escola de ensino médio-técnico no Rio Grande do Sul, onde desde cedo os alunos são incentivados à pesquisa – e agora cursa Engenharia da Computação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Espero num futuro não tão distante, ter um impacto positivo nas vidas do maior número de pessoas possível – fazer algo bom para o mundo. E, a essa altura, já não tenho dúvidas de que a ciência pode, e é, o instrumento a ser usado nessa busca”.

Maria Eduarda Santos de Almeida
18 anos, Rio Grande do Sul, Curso Técnico em administração integrado ao ensino médio no IFRS – Campus Osório. Vinda de uma pequena cidade com apenas sete mil habitantes, seu primeiro projeto de pesquisa foi um material capaz de purificar água produzido a partir de resíduo agroindustrial, que a credenciou para diversas feiras internacionais.
Aos 14 anos, Maria Eduarda Santos de Almeida mudou-se para poder fazer o curso técnico em administração integrado ao ensino médio no IFRS. Ela realizou um projeto social na escola com agricultores familiares justamente para continuar próxima da realidade do lugar de onde veio. “Observando o problema destas pessoas, nasceu meu primeiro projeto de pesquisa: um material capaz de purificar água produzido a partir de resíduo agroindustrial.” Através dele, Maria Eduarda participou de várias feiras de ciências, como MOSTRATEC, FEBRACE, I-SWEEEP e Intel ISEF.
A segunda pesquisa, pela qual irá novamente para a Intel ISEF, consiste em estudar uma substância de germinação seletiva que inibe sementes de Pinus elliottii árvore capaz de afetar a biodiversidade. “Fazer pesquisa me proporcionou grandes lições de persistência, resiliência e gratidão. Nada é mais apaixonante para mim do que descobrir e isto me faz sentir cada vez mais amor pelas perguntas! “
Maria Eduarda ouviu falar do Instituto Weizmann de Ciencias pela primeira vez em 2015. “Sonhei com a oportunidade de participar desta instituição com valores de igualdade, movida por curiosidade antes de tudo e sediada em um dos lugares mais inovadores do mundo, que ao mesmo tempo apresenta-se como um dos nossos pilares culturais. Espero acima de tudo me tornar uma pesquisadora melhor e ainda mais apaixonada!”.

Luiz Fernando da Silva Borges
18 anos, Mato Grosso do Sul, Curso Técnico Integrado em Informática no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul. Foi laureado com mais de 50 prêmios em feiras de ciências e engenharia nacionais e internacionais.
Luiz Fernando foi o primeiro e único brasileiro a receber os prêmios de primeiro lugar e melhor da categoria, em Engenharia Biomédica, na maior feira de ciências e engenharia do mundo: a Intel International Science and Engineering Fair (Intel ISEF). Além disso, recebeu também o prêmio concedido pelo MIT Lincoln Laboratory, por meio do programa Ceres Connection, tendo seu nome submetido para a International Astronomical Union (IAU), para ter um asteroide próximo do Planeta Terra batizado com seu nome.
Este ano pretende iniciar o processo de candidatura para universidades dos EUA, para estudar engenharia biomédica e neurociência focando o seu interesse nas interfaces cérebro-máquina e cérebro-cérebro aplicado à reabilitação humana e compartilhamento de memórias.
Membro do Núcleo de Atividades em Altas Habilidades/Superdotação de Campo Grande – MS e da Sociedade Brasileira de Computação, nos últimos 3 anos vem desenvolvendo pesquisas e tecnologias na área de Engenharia Biomédica com: modelagem estatística de processos termodinâmicos para amplificação de DNA; próteses robóticas de membro superior com feedback tátil; dispositivos de monitoramento do sono para a regulação do ciclo circadiano e interfaces cérebro-máquina de loop fechado embarcadas em sistemas de processamento distribuído para a comunicação com pessoas inicialmente classificadas em estado vegetativo ou coma.