Mais de 300 estudantes lotaram as dependências do Teatro do SESI em Piracicaba para se inteirarem sobre o que foi o Holocausto ao exterminar 6 milhões de judeus
A Câmara de Vereadores de Piracicaba, conforme iniciativa do presidente da Mesa Diretora, João Manoel dos Santos (PTB), por força do Decreto Legislativo (08/11), de sua autoria utilizou as dependências do Teatro do SESI, bairro Mário Dedini para a realização de mais uma edicão da solenidade alusiva ao Dia Municipal da Lembrança, que tenta sensibilizar as futuras gerações sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial, tendo como foco o Holocausto, extermínio em massa de judeus ocorrido na década de 1940 pelo Exército de Adolf Hitler em campos de concentração.
Além de relatos de sobreviventes os alunos também acompanharam a exibição do Filme O Holocausto, com cenas fortes do massacre. A solenidade foi gravada e será transmitida em data oportuna pela TV Câmara, canal 08 da NET e, TV Legislativa, Canal 60,1 UHF e pelo endereço eletrônico www.camarapiracicaba.sp.org.br
Na abertura da solenidade foram acesas sete velas, como símbolo de luz que irradia a vida. E, no final do evento, no gramado principal da unidade escolar foi plantado uma árvore, da espécie Ipê Rocho, como forma de sinalizar a realização da solenidade que procura sensibilizar as futuras gerações sobre o Holocausto.
A aluna Bruna Vendrame (13), da oitava série reconheceu a importância de se divulgar os fatos ocorridos principalmente contra o povo judeu para que isto não venha acontecer novamente com a humanidade. “Temos que trabalhar para que isto não mais aconteça”, disse.
Nanette Konig, de origem holandesa relatou a sua expeiência ao passar em campos de concentração. Também disse ter conhecido e conversado com Ane Frank, que se notabilizou mundialmente pelos relatos em diário de sua família que denunciou os horrores que os nazistas submeteram o povo judeu.
Única sobrevivente de sua família, Konig relata que 80% dos judeus do Holocausto foram mortos pelos nazistas. “Não basta dizer nunca mais e sim reconhecer que os perigos existem e devemos reagir para que fatos como estes nunca mais ocorram contra a humanidade”, disse.
Thomas Venetianer, da Eslováquia e que hoje se orgulha de ser brasileiro contou a história de um casal que para tentar proteger o único filho ficou disposto a morrer e, foi salvo milagrosamente quando não foi percebido por uma escolta de soldados da SS que rondavam as imediações de uma estação de trem, sendo que na sequencia o casal tirou a criança do esconderijo – um tipo de fornalha – para seguir rota de fuga até as montanhas. “Esta criança sou eu, que hoje só tenho a agradecer o privilégio de ter a missão de contar a verdadeira história do Holocausto para a humanidade”, disse.
Venetianer também aproveitou suas explanações para fazer o lançamento de livro de sua autoria que procura mostrar o que foi os mais de 80 mil assassinatos de judeus na Eslováquia. Além de reforçar que procurou inspiração para a confecção do livro ao visitar o Museu do Holocausto, em Jerusalém, onde o teto do prédio apresenta os retratos de massacrados pela brutalidade da guerra.
Ricardo Berkiensztat, vice-presidente executivo da Federação Israelita de São Paulo falou da emoção em verificar a participação do jovens conhecerem um pouco da história sobre o Holocausto, para que experiências como estas a humanidade nunca mais possa verificar. “O Holocausto foi uma lição para todos nós. Espero que em breve possamos contar com direitos humanos para todos”, disse.
O representante da comunidade israelita de Piracicaba, Jayme Rosenthal também reforçou a importância dos jovens conhecerem um pouco do que foi o Holocausto e, que este processo sirva de lição para que as futuras gerações não deixem de se levar por falsos líderes e, suas ideologias, que levam o homem à destruição.
O diretor do SESI, Marcelo Mazzei falou do orgulho da instituição acolher um evento que procura despertar a consciência dos jovens para os aspectos do respeito mútuo ao ser humano. E, reconheceu que a intolerância é algo que parece que não tem fim, sendo que cabe à cada um fazer diferente para minorar as questões de relacionamento humano ao longo do tempo.
O vereador André Bandeira (PSDB) também falou da importância de envolver escolares para examinar o que foi o Holocausto. Além de reiterar que temos que fazer a diferença e se somar aos que defendem uma sociedade melhor.
O autor da solenidade, o presidente da Câmara, João Manoel dos Santos enfatizou a importância do respeito mútuo e, conclamou a todos para uma reflexão, no sentido de que somos diferentes e podemos fazer a diferença em prol da humanidade. O parlamentar também ressaltou que incluindo os demais perseguidos pelo regime nazista o total de massacrados suplanta 11 milhões de pessoas que foram mortas.
Também fizeram parte da solenidade, na composição da Mesa Diretiva, demais autoridades e personalidades: o presidente do Conselho Municipal de Pastores, Jessé Sobral; o presidente da CAPHIV – Comunidade de Homossexuais de Piracicaba, Paulo Rotta; Cássio Silveira, integrante do Conselho Municipal do Negro Piracicabano e a administradora escolar do SESI, Heliane Rotta. Além da vereadora Madalena (PSDB) e da ex-vereadora Laurisa Cortellazzi.