“As tecnologias arqueológicas mais recentes mudaram o que se conhecia da cronologia de Jerusalém”, diz a professora Boaretto, do Instituto Weizmann

161

Grupo de Amigos do Weizmann do Brasil e a Congregação Israelita Paulista (CIP) realizaram, na segunda-feira, 26 de fevereiro, na CIP,  palestra  com a  Profa.  Elisabetta Boaretto, diretora do Centro Kimmel para Ciências Arqueológicas e do Laboratório de Datação por Radio-carbono D-REAMS do Instituto Weizmann de Ciências, com o tema “Ajustando o relógio em Israel: Microarqueologia mudando a cronologia de Jerusalém”.

O evento contou com a presença do pesquisador brasileiro André Zular, primeiro bolsista brasileiro da Escola de Verão do Weizmann em 1983, e que atualmente faz pós doutorado no laboratório da Profa. Boaretto no Instituto Weizmann.

Elisabetta apresentou a abordagem, metodologia e os resultados de suas recentes pesquisas que atribuíram a uma enorme torre de pedra construída sobre a fonte de Gihon, essencial para a sobrevivência dos habitantes da antiga Jerusalém, uma origem mil anos mais tarde do que o que se supunha.

Ela creditou os avanços ao Instituto Weizmann de Ciências,  onde a contagem de átomos de C14 em uma amostra é realizada com um acelerador de partículas, de forma que pode gerar resultados precisos em objetos do tamanho de uma semente.

Pela relevância do projeto,  a Israel Science Foundation está investindo o equivalente a 1,2 milhões de reais por um período de  quatro anos, para que através da tecnologia do Instituto Weizmann, seja conhecida a verdadeira idade da ocupação humana em Jerusalém.

“O Weizmann, como instituição cientifica,  oferece um grande número de ferramentas fundamentais para essa análise, que permitem investigar os materiais, as amostras e os objetos arqueológicos que estamos estudando. Por esse motivo o Instituto tem grande relevância e é um dos líderes no campo da  arqueologia”, destacou.

Durante sua visita ao país, a professora  ministrou palestra na Universidade de São Paulo (USP) e visitou o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu,  onde belas paisagens são emolduradas pela arte rupestre pré-histórica, em sítios arqueológicos milenares de importância internacional e com cavernas de grandeza colossal.  “Pretendemos estabelecer uma colaboração entre o Weizmann e a USP para trabalharmos juntos no sítio arqueológico de Peruaçu”, frisou a professora.

 “Hoje tivemos a sensacional oportunidade de estar dentro de uma Sinagoga falando sobre ciência e arqueologia e conhecendo o impactante trabalho da professora Elisabetta, inclusive com a presença dos rabinos q e das pessoas que participaram online através do Facebook”, finalizou o presidente dos Amigos do Weizmann do Brasil,  Mario Fleck.