O Brasil precisa se inspirar em Israel e aprender a pensar global, destacou o empreendedor e investidor
Aos 21 anos, Romero Rodrigues criou o Buscapé com três colegas de faculdade. Após três rodadas de investimento de diferentes empresas, no ano de 2009, o Buscapé foi vendido para a empresa sul-africana Naspers por US$ 342 milhões.
O jovem empreendedor que hoje é sócio da Redpoint eVentures contou essa e outras histórias de sucesso durante almoço realizado pela Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, no dia 24 de abril, no Restaurante Cantaloup.
“O tema de startups e de inovação está no auge. Nada como ouvir alguém dentro desse universo, e que apesar de todos os problemas que existem no Brasil, consegue fazer o seu trabalho de forma bem sucedida”, declarou o presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, Jayme Blay.
“Hoje tive a oportunidade de traçar um paralelo da minha história e de como foi desenvolvido o ambiente digital de tecnologia no Brasil. Comecei minha carreira como empreendedor e hoje sou investidor. Estudo muito e agora vou ter a oportunidade de conhecer de perto o ecossistema de Israel, para onde estou indo pela primeira vez dentro de alguns dias”, disse Romero.
Durante o almoço, no qual um público predominantemente jovem se juntou aos diretores, associados e frequentadores habituais dos eventos da Câmara, o empreendedor detalhou as etapas que tiveram de ser vencidas em sua trajetória, bem como sua opinião sobre o que deve ser feito no Brasil para que as startups alcancem o mesmo sucesso de outros países do mundo.
“Acho incrível a maneira como Israel conseguiu criar uma marca atrelada a sua tecnologia de ponta bem como uma plataforma de exportação dessa tecnologia. Em outros mercados, como o europeu e o americano, existe um preconceito em relação a tecnologia brasileira. Israel é um país pequeno em número de habitantes, mas conseguiu “atacar” o mundo todo. Nosso país precisa se inspirar em Israel e aprender a pensar globalmente”, disse.
Segundo ele, o Brasil vive um momento muito difícil, principalmente no campo político, mas se a atual queda de juros se perpetuar haverá uma fase muito interessante de “destravamento” de valores, onde o capital vai começar a fluir para projetos de longo prazo nas áreas de infraestrutura e tecnologia, entre outras.
Com as malas prontas para cursar uma universidade americana, Fernando Ochman, veio buscar inspiração na vivência de Rodrigues. “Respeito muito sua trajetória e estou saindo do evento com uma visão mais abrangente e a cabeça aberta depois de uma verdadeira aula sobre inovação, tecnologia e criptomoedas”, destacou o jovem de 18 anos.
“Os eventos da Câmara Brasil-Israel são uma excelente plataforma para fazermos contatos, incrementarmos o networking e a cooperação entre Israel e Brasil”, destacou o cônsul geral de Israel no Brasil, Dori Goren.
Ao final do evento, e após responder muitas perguntas, Romero deu seu conselho ao público presente: “a tecnologia já está permeando todos os setores e daqui pra frente ninguém poderá “se dar ao luxo” de não surfar nessa onda”.