O presidente Michel Temer, o ministro das Relações Exteriores José Serra, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria, participaram neste domingo, 29 de janeiro, do Ato Solene em Memória às Vítimas do Holocausto, realizado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e Congregação Israelita Paulista (CIP), na Sinagoga da (CIP).
O Ato, que teve como tema “Holocausto e Intolerância no Mundo”, homenageou os seis milhões de judeus assassinados durante este trágico episódio da história, com o acendimento de seis velas por sobreviventes do Holocausto, representantes de outras comunidades, vítimas do nazismo e de perseguições, autoridades políticas, religiosas, institucionais e jovens.
“Recordar o Holocausto, relembrar a sua dor e toda a sua angústia, é preparar o futuro”, disse Temer. O presidente saudou os sobreviventes da barbárie nazista presentes ao evento, afirmando que o sofrimento a que foram submetidos deve servir como lição para que o Holocausto seja permanentemente relembrado. “Passe um dia, um mês, anos ou séculos, temos sempre que recordar. É uma lição para o futuro e para o presente”, “Essa aliança que a nação judaica tem em si deve servir de exemplo para nós brasileiros e para todas as nações do mundo”, destacou.
“Em um contexto de crescentes tensões globais envolvendo ameaças terroristas e perseguições a grupos minoritários, a memória do Holocausto é importante ferramenta para a busca de um mundo mais justo e solidário”, frisou o ministro das Relações Exteriores, José Serra.
“Vivemos dias difíceis, com manifestações crescentes de antissemitismo e de toda forma de xenofobia e intolerância”, disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “Esta solenidade reforça a importância de discutir um assunto que, lamentavelmente, está cada vez mais evidente: a intolerância no mundo”.
“O Brasil é um país que abriga todas as comunidades. A comunidade judaica, as comunidades árabes vivem aqui, vivem em paz. Esperamos que isso seja um exemplo até para outros países, onde aparentemente alguma incompreensão passa a existir”, afirmou o prefeito João Doria.
“O Holocausto é o chamado mais agudo contra intolerância, ódio e violência desmedida O mundo ainda não se tornou imune a genocídios. Outras minorias continuam sendo vitimadas”, declarou Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib).
O sobrevivente Thomas Venetianer foi efusivamente aplaudido ao fazer o seu apelo: “Tive a benção de sair vivo de dois campos de extermínio juntamente com meus pais. Aqueles que sobrevivem têm a missão de fazer com que o “Nunca Mais” se torne uma realidade”.
Além deles, também estiveram presentes na solenidade os ministros Moreira Franco e Maria Thereza Moura, os secretários Floriano Pesaro, Daniel Annenberg e Gilberto Natalini, além de diversos cônsules e do Cardeal Dom Odilo Scherer e o Xeique Armando Hussein Salleh.
Nesta mesma data, foi inaugurada a exposição fotográfica “Lembrar e Honrar”, sobre as crianças no Holocausto, com curadoria do editor da Revista Shalom, Nessim Hamaoui, e que apresenta o conteúdo divulgado pela Revista desde 2002, em edições especiais feitas em conjunto com o Museu do Holocausto de Jerusalém – Yad Vashem, para divulgar diversos aspectos pesquisados e retratados pela instituição. A exposição ficará em cartaz na CIP até 26 de fevereiro.
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 2005 uma resolução instituindo 27 de janeiro como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A data é uma homenagem aos seis milhões de judeus e às outras vítimas da exterminação nazista. A resolução rejeita qualquer questionamento de que o Holocausto foi um evento histórico, enfatiza o dever dos Estados-membros de educar futuras gerações sobre os horrores do genocídio e condena todas as manifestações de intolerância ou violência baseadas em origem étnica ou crença. Em São Paulo, um projeto de lei de autoria do vereador Floriano Pesaro (PSDB) instituiu o 27 de janeiro como Dia Municipal em Memória às Vítimas do Holocausto. A lei foi sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab em dezembro de 2009.
O Ato Solene em Memória às Vítimas do Holocausto foi realizado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e Congregação Israelita Paulista (CIP) e contou com o apoio da B’nai B’rith, Comunidade Shalom, Congregação Beth El, Consulado Geral de Israel em São Paulo, Fundo Comunitário, KKL Brasil, Sherit Hapleitá e Unibes.