Historiador Benny Morris mostra pessimismo com relação à paz israelo-palestina, em palestra em SP
Por Ricardo Besen
O historiador israelense Benny Morris, que estuda há 30 anos o conflito israelo-palestino, mostrou nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, em palestra promovida pela Câmara Brasil-Israel, em São Paulo, pessimismo quanto ao andamento do processo de paz entre israelenses e palestinos.
Otimista após os Acordos de Oslo, no início dos anos 90, Morris afirma que mudou de posição ao final daquela década, “decepcionado com os palestinos”. Ele repassou os principais pontos das tentativas fracassadas de acordo desde o ano 2000, para concluir que há um “rejeicionismo palestino consistente. Os palestinos querem tudo – desde a década de 1920”.
Para o historiador, os palestinos confiam no tempo: “a demografia os favorece e a perpetuação da ocupação mantém Israel como vilão”.
Especialista na Guerra de Independência, de 1948-49, ele diz que o problema dos refugiados foi causado pela guerra, lançada pelos países árabes. “Milhares de palestinos foram deslocados, sobretudo por medo da guerra; uma proporção menor foi expulsa por tropas israelenses ou saiu por ordens árabes. O fato é que a saída de mulheres e crianças fez com que os árabes tivessem menos motivos para lutar”.
Morris critica a obra de outro historiador, Ilan Pappe, autor do livro “The Ethnic Cleansing of Palestine” (2006): “Ele forja provas e seleciona os documentos que lhe interessam. O que faz é propaganda, não história”. Outro crítico de Israel, o americano Norman Finkelstein, “tem pouca influência”.
O historiador ataca também a campanha de boicote às universidades israelenses: “Elas são justamente o bastião de resistência às políticas do governo de Israel!”.
Nesta quinta, 20 de fevereiro, às 19h, ele falará no Hospital Israelita Albert Einstein – Auditório Kleinberger (Av. Albert Einstein, 627 – Bloco E – 3o andar), em São Paulo. É necessária confirmação de presença via [email protected], informando nome completo e mencionando no assunto “Palestra professor Benny Morris”. Haverá serviço de valet gratuito no local. Será lançado na ocasião seu livro “Um Estado, Dois Estados – Soluções para o conflito Israel–Palestina”. A edição em português é da Sêfer, com tradução de Nancy Rozenchan e revisão técnica de Samuel Feldberg.
No Rio de Janeiro, dia 23, o historiador participará de uma tarde de autógrafos às 17h, na Livraria da Travessa, Rua Visconde de Pirajá, 572, em Ipanema. No dia 24, às 20h, falará no Hillel Rio. O evento será aberto para público de todas as idades, e as inscrições devem ser feitas obrigatoriamente via www.hillelrio.org.br/palestras.
Nesta semana, Morris gravará ainda entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura. Ele veio ao Brasil a convite da Federação Israelita do Estado de São Paulo e do Hospital Albert Einstein.
