“O Futuro do Judiciário” foi o tema da palestra que o Desembargador José Renato Nalini, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, ministrou no evento da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria e do BM&A, que aconteceu no dia 19 de março.
“Sentimo-nos honrados em estar neste agradável ambiente e em ter ao nosso lado o Desembargador José Renato Nalini para nos dar uma visão sobre o que ocorre em nosso país, que atravessa uma fase tão conturbada. Temos que continuar ativos pois a nação está acima dos indivíduos e o Brasil precisa de nós”, destacou Jayme Blay, presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, ao abrir o evento.
Paulo Cezar Aragão e Luiz Fernando Fraga, sócios do BM&A, e que compuseram a mesa principal juntamente com Jayme Blay e com o Desembargador, também frisaram a importância em receber Nalini no escritório de advocacia. “Sou filho de advogados e desde muito jovem meu pai me levava para visitar o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foi quando aprendi a admirar e respeitar a autoridade e o papel do Judiciário, em uma época em que os Desembargadores eram chamados de Vossa Excelência, comentou Aragão.
Nalini destacou a importância de chamar a atenção da sociedade civil não só para o Poder Judiciário, mas para o atual sistema de Justiça. Segundo ele, “o Brasil possui mais faculdades de Direito do que a soma de todas as outras faculdades que existem no restante do mundo. Nosso país tem uma proliferação de carreiras jurídicas e o sistema está congestionado e tenda a crescer ainda mais, e o que é pior, cedo ou tarde todos os problemas chegam para a apreciação de um Juiz.
Com relação ao futuro, o Desembargador acredita que vai haver uma tomada de consciência da sociedade brasileira, que vai investir maciçamente nos métodos alternativos de composição de controvérsias. A população precisa amadurecer e aprender a administrar seus próprios interesses de maneira sensata e responsável, sem precisar de um Juiz. Estamos investindo para aparelhar todas as unidades jurídicas de São Paulo para que até 2016 todo o material que entrar seja digital, e não mais em papel. Este é um caminho promissor”, frisou.
“Faz-se necessário intensificar as sessões virtuais e estimular a conciliação, mediação e arbitragem. Precisamos repensar a gestão, simplificar procedimentos e acabar com a burocracia, para que a Justiça deixe de ser a âncora que impede o progresso do Brasil” finalizou Nalini.
Ao final do evento, o Desembargador respondeu às perguntas feitas pela plateia e foi presenteado com uma garrafa de vinho israelense pelo presidente da Câmara Brasil-Israel.