Chevra Kadisha completa 100 anos

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Diretores, conselheiros e lideranças comunitárias celebraram o centenário da Associação Cemitério Israelita de São Paulo, na tarde do último dia 28 de fevereiro – 7 de Adar de 5783 no calendário hebraico, dia de Yom HaChevra –, na sede administrativa da entidade, no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital paulista.

“É uma felicidade presidir a Chevra na data de seu centenário. Fundada nos princípios da caridade e da humildade, é uma entidade que há 100 anos pratica o ‘Chessed Shel Emet’, a caridade verdadeira, ou seja, sem reciprocidade, preservando a honra e a dignidade dos falecidos, dentro dos preceitos do judaísmo”, declarou o atual presidente, Mauro Zaitz.

O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer, membro da Academia Brasileira de Letras, destacou a atualização da Chevra ao longo do século na lida com as transformações históricas na sociedade. “É uma entidade que acolhe o pluralismo da comunidade judaica e é reconhecida pelo seu papel meritório, cujo respeito pela vida se conjuga com o respeito pelos mortos.”

Também prestigiaram o evento, celebrado com um ‘kidush’ (brinde com oração), o presidente e o vice-presidente da Fisesp – Federação Israelita do Estado de São Paulo, Marcos Knobel e Ricardo Berkiensztat, a presidente da CIP – Congregação Israelita Paulista, Laura Feldman, e o rabino Shie Pasternak.

“No momento da tristeza, a Chevra está presente, prestando todo o apoio necessário à nossa comunidade. Parabéns pelos cem anos e pelos próximos 120!”, disse Knobel.

HISTÓRIA – Fundada oficialmente no dia 25 de fevereiro de 1923 para administrar o primeiro cemitério israelita da capital, surgido alguns anos antes no bairro da Vila Mariana, hoje a Associação Cemitério Israelita de São Paulo administra outras três necrópoles – Butantã, Cubatão e Embu –, que somam aproximadamente 40 mil sepulturas.

O surgimento da Chevra Kadisha paulista coincidiu com o emergir de outras instituições comunitárias que, efetivamente, contribuíram para o estabelecimento de famílias judaicas na capital, afirmam Monica e Roney Cytrynowicz no livro “Associação Cemitério Israelita de São Paulo – 85 anos” (ed. Narrativa-Um, 2008).

A instituição da Chevra, especificamente, atendia à necessidade de profissionalizar a gestão do Cemitério Israelita da Vila Mariana que corria o risco de ser interditado pelo município por estar em falta com obras indispensáveis e obrigações burocráticas.

Representantes de três entidades – Comunidade Israelita de São Paulo, Congregação Israelita Askenazi e Synagoga Centro Israelita – decidiram unir forças e criar a Sociedade Cemitério Israelita de São Paulo. Para presidente, foi escolhido Hugo Lichtenstein (1878 – 1948).

Pilares da comunidade judaica estabelecida, os cemitérios, as sinagogas e as escolas permitiram que os imigrantes e seus descendentes pudessem exercer o judaísmo e seus rituais religiosos de acordo com as tradições milenares, que permanecem ‘Le Dor Va Dor’, de geração em geração.

Crédito fotos: Claudia Mifano