Representantes do governo argentino e lideranças judaicas do Brasil participaram no último dia 14 de Julho, na Sinagoga da Hebraica, de um Ato em Memória pelos 28 anos do atentado do atentado ao prédio da AMIA, organizado pelo Consulado Geral e Centro de Promoção da República Argentina, Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e a Hebraica.
O ataque ao prédio da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), ocorreu em Buenos Aires em 18 de julho de 1994, matando 85 pessoas e ferindo centenas. Foi o atentado mais mortal da Argentina, que possui a maior comunidade judaica da América Latina, e a sexta do mundo fora Israel. Até hoje os culpados permanecem impunes.
A cerimônia foi conduzida pelo presidente executivo da Fisesp, Ricardo Berkiensztat e contou com discursos do cônsul geral da Argentina em São Paulo, Luiz Maria Creckler, do Governador da Província de Entre Rios, Gustavo Bordet, do encarregado da Embaixada, Pablo de Angelis, do presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Marcos Knobel e do rabino do Centro Cultural Israelita Knesset Israel, Motl Malowany.
Em suas falas, todos destacaram a importância de que o atentado à Amia, considerado o maior ataque terrorista já ocorrido na Argentina e que vitimou pessoas inocentes no coração de Buenos Aires, jamais seja esquecido. Os líderes também frisaram a incessante busca por justiça, para que as famílias das 85 vítimas possam ter uma resposta para aquele fatídico 18 de Julho.
O Governador de Entre Rios, Gustavo Bordet, importante destino para a imigração judaica na Argentina, falou sobre o relevante Projeto de Lei apresentado há cerca de duas semanas, que tornará Entre Rios a primeira província argentina a ter uma Lei contra o anti-semitismo e a discriminação.
O presidente da Fisesp, Marcos Knobel, fez um alerta à todas as comunidades judaicas do mundo, e em especial à brasileira para que nunca baixem a guarda e estejam sempre alertas e preparadas para qualquer atitude hostil. Ele também destacou que o evento da AMIA não atingiu apenas a comunidade argentina e tampouco a comunidade judaica mundial, mas que foi um atentado contra a liberdade e a humanidade como um todo. “A justiça pode tardar, mas tem que vir”, afirmou.
“O que vamos fazer pelas vítimas?, questionou o rabino Malowany. Vamos transformar nossas ideias e pensamentos em atitudes. Não podemos nos calar, temos que falar, e trazer mais luz a este mundo escuro. Devemos utilizar as nossas ferramentas para construir pontes, e não para dividir e separar”, concluiu.