Cerca de 120 dirigentes comunitários voluntários e profissionais participaram neste domingo, 27 de agosto, na a Hebraica, da 2a Convenção da Comunidade Judaica Paulista realizada pela Federação Israelita do Estado de São Paulo, entidade teto da comunidade judaica paulista.
O evento contou com a participação de diversos profissionais de renome que discutiram temas relevantes para a comunidade, tais como educação, envelhecimento e justiça social.
A programação teve início com o painel “O mundo em que vivemos”, com mediação de Ruth Goldberg e Ricardo Berkiensztat, no qual o cientista político, professor e doutor em filosofia, Fernando Schuler falou sobre o declínio da democracia e de como a tecnologia vem tendo um papel disruptivo nas instituições tradicionais. “Hoje as pessoas passaram a ter voz direta e as instituições que faziam o trabalho de filtrar as opiniões perderam muito do seu papel. A tecnologia empoderou as pessoas, porém, paga-se um preço por esta liberdade”, destacou.
O painel seguinte contou com mediação da presidente da Unibes, Celia Parnes e reuniu Renato Bernhoeft, fundador e presidente do conselho da Höft Consultoria, Hélio Zylberstajn, economista e professor da (FEA-USP) e considerado um dos maiores especialistas brasileiros no campo da empregabilidade e o secretário de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo Floriano Pesaro, que debateram o tema Estamos envelhecendo, e agora?, onde debateram as consequências do aumento da longevidade, do empobrecimento comunitário e da importância de se envolver toda a família no preparo para a aposentadoria.
Outra discussão teve como tema Shalom Kehilá – Como viver em um mundo polarizado? Que reuniu a Dra. Helena Mandelbaum – mestranda em Mediação pelo IUKB-Institut Universitaire Kurt Bosh e advogada especializada em Direito de Família, que falou sobre o papel da mediação na resolução de conflitos e a jornalista Lilian Natal, especialista em comunicação integrada e gerente de Comunicação e Pesquisa da São Paulo Turismo, que alertou sobre os riscos da exposição nas redes sociais.
O último painel contou com a participação da ex-secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro Claudia Costin e mediação de Jacques Griffel e Ricardo Berkiensztat. A especialista em políticas públicas e que é professora da FGV e professora-visitante de Harvard, destacou os desafios da Educação no Brasil. “Não vai haver um Brasil justo e a altura do potencial do país se não houver um forte esforço para que a educação melhore”.
Outro tema levantado foi o de Como atrair mais público para a escola judaica? Que contou com o depoimento de duas famílias que optaram por não matricular seus filhos em uma escola judaica. “Se não valorizarmos as nossas escolas vamos ter uma grande dispersão em poucos anos. Precisamos reunir esforços para entender o que está acontecendo e atrair mais alunos para as escolas judaicas ”, destacou Griffel.
“Temos como principio representar institucionalmente nossa comunidade, de maneira apolítica e apartidária e é muito importante para a Federação Israelita poder fazer esta devolutiva. Temos feito muito esforço para trazer os grandes temas para a realidade e buscar iniciativas práticas e hoje tivemos a rica oportunidade de poder capturar as diversas visões sobre temas cruciais para o futuro da nossa comunidade”, relatou o presidente da Fisesp, Bruno Laskowsky.
“As instituições têm que ter lado e posição nos assuntos, mesmo correndo o risco de desagradar a uns e a outros em determinado momento. Isso faz parte de uma trajetória e você não define uma instituição por um momento. Temos uma estrutura e aprendemos a trabalhar em conjunto com cada Federada local. Cabe a nós tornarmos a nossa voz relevante”, frisou o presidente da Conib, Fernando Lottenberg.
“A comunidade de São Paulo é extraordinária e unida, sem brigas internas e onde todos os movimentos religiosos e políticos trabalham juntos. Parabenizo a Federação Israelita do Estado de São Paulo pelo excelente trabalho que vêm fazendo e espero que todos continuem trabalhando juntos para promover as causas comunitárias e o Estado de Israel”, finalizou o cônsul geral de Israel em São Paulo, Dori Goren.