O Yom Hashoá – é o dia do Holocausto e o Heroísmo, quando se honra a memória dos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra. Neste dia, em Israel, as sirenes de alarme soam e guardam-se dois minutos de silêncio, sob o lema de “lembrar e recordar – jamais esquecer”.
Para marcar essa importante data, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), realizou, no dia 01º de maio, no Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto, o “Ato Central de Yom Hashoá”, em memória aos seis milhões de judeus assassinados durante o Holocausto.
Com forte presença da juventude, o evento foi aberto à toda a comunidade e lotou o Memorial. A emocionante cerimônia contou com discursos do presidente da Fisesp, Luiz Kignel, dos diretores do Memorial da Imigração Judaica e do Museu do Holocausto de Curitiba, Reuven Feingold e Carlos Reiss, do cônsul de Israel em São Paulo, Dori Goren, além da presença do Secretário Municipal de Inovação e Tecnologia de São Paulo, Daniel Annenberg.
A solenidade foi entremeada por depoimentos dos jovens do Conselho Juvenil Sionista e contou com o acendimento de seis velas por dirigentes comunitários, rabinos e educadores, representantes dos movimentos juvenis, do Estado de Israel e de sobreviventes do Holocausto.
Todos destacaram a importância de que a chama do judaísmo seja mantida acesa em nome dos seis milhões que pereceram no Holocausto, bem como do papel dos jovens para perpetuarem a memória deste trágico episódio da história, para que tragédias como essa jamais se repitam com nenhum outro povo. Também foi reforçada a importância do Estado de Israel como porto seguro para o povo judeu.
“Em mais uma geração ou duas, o Holocausto será parte dos livros de história. Como deixar essa chama acesa para que o Holocausto não seja apenas uma matéria escolar? A resposta está nos jovens que aqui estão para honrar os sobreviventes e perpetuar a memória desse trágico episódio da história”, frisou o presidente da Fisesp, Luiz Kignel.
Um dos pontos altos da cerimônia foi o testemunho da sobrevivente do Holocausto Rachel Gotthilf, que teve sua mãe e seus avós executados e relatou como, aos doze anos de idade, teve de trocar de nome e conviver com uma família católica para proteger sua identidade e sobreviver durante o Holocausto. “Eu senti o cheiro dos crematórios. Eu vi o céu do Gueto de Varsóvia em chamas”, relatou a sobrevivente. Aplaudida em pé por vários minutos ela fez um apelo aos presentes: “somos os últimos sobreviventes e essa história não pode ser esquecida”.
Após o Ato, aconteceu o lançamento do livro “Luz sobre o Caos – Educação e Memória do Holocausto”, com a presença do autor, Carlos Reiss, coordenador geral do Museu do Holocausto de Curitiba. “Esses relatos não podem ficar restritos a uma nota de rodapé nos livros de história, precisamos aprender as lições que o Holocausto tem a nos ensinar e fazer com que elas cheguem a toda humanidade. O Holocausto foi um evento histórico e sua memória coletiva não pode ficar restrita ao povo judeu”, destacou.
O chazan Shmuel Rosmarin entoou o Kadish e o El Male Rahamim e o evento foi encerrado com todos cantando juntos o Hatikvá.
A realização do Ato Central de Yom Hashoá foi da Federação Israelita do Estado de São Paulo e Conselho Juvenil Sionista, com apoio do Memorial da Imigração Judaica, Memorial do Holocausto e Sherit Hapleitá – Associação dos sobreviventes do nazismo no Brasil.