Estudos indicam que 75 % da população com idade abaixo dos 24 anos e 50% dos adolescentes com menos de 14 anos sofrerão de transtornos mentais
Qual o papel da família e do ambiente escolar na saúde mental de jovens e adolescentes? Como identificar os primeiros sintomas? Qual o perigo da alta exposição às telas e às redes sociais desde muito cedo? Como os pais podem e devem acompanhar a vida virtual dos filhos?
Estes foram alguns dos temas abordados durante o evento “Emoções”, realizado pela Comissão de Relacionamentos Saudáveis do Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina- ELF/FIESP no dia 15 de março, que lotou a Sede da Sinagoga Beth – El.
O evento reuniu três grandes especialistas nas áreas de educação e saúde mental: a Profa. Lia Diskin, jornalista e cofundadora da Associação Palas Athena, (associação filantrópica que trabalha com programas e projetos nas áreas de Educação, Saúde, Direitos Humanos, Meio Ambiente e Promoção Social), o Dr. Rodrigo Bressan, psiquiatra e fundador do Instituto Ame Sua Mente (que desenvolve projetos com foco na promoção da saúde mental, redução do estigma e prevenção de transtornos emocionais) e o Dr. Leo Fraiman, psicanalista e mestre em desenvolvimento humano, que trouxe toda a sua expertise como mediador do debate.
“ Os transtornos mentais são muito frequentes: uma em cada quatro pessoas vai desenvolver um quadro ao longo da vida. E os primeiros sintomas começam cedo. Então, identificar cedo os sinais é a chave para evitar consequências mais graves, como o suicídio. A escola não é a única responsável por essa prevenção, mas é um dos espaços mais eficazes para isso, já que pode identificar os primeiros sintomas”, alertou o psiquiatra Rodrigo Bressan.
O Dr. Leo Fraiman alertou sobre o perigo da internet e a importância dos pais acompanharem a vida digital dos filhos. “A internet pode ser bastante perigosa e os pais, que não nasceram na era digital, sentem dificuldade em acompanhar a vida virtual dos filhos sem ultrapassar a linha tênue da invasão. É preciso lembrar que há uma diferença entre participar e invadir”.
Já a jornalista Lia Diskin ressaltou a importância das conexões. “Estamos em várias rupturas, nos quais o senso de conexão começa a enfraquecer. Precisamos cultivar a empatia, a qualificação da escuta e o pensamento participativo, reforçando o propósito de estarmos juntos e conectados . Sem regras legítimas de confiança e respeito não há como estabelecer a confiança necessária para qualquer tipo de relacionamento”.
“O foco do programa ao qual eu pertenço são os relacionamentos saudáveis entre crianças e jovens. Escolhemos esse tema como uma resposta às preocupações da comunidade e da sociedade maior, levando sempre em conta a necessidade do cuidado de uns com os outros, e de proporcionar ao público presente, e das instituições, a possibilidade da troca de boas práticas e ações mais assertivas sobre a questão da saúde mental”, concluiu emocionada Vera Bobrow, diretora da comissão de Relacionamentos Saudáveis do ELF – Fisesp.
O evento “Emoções” contou apoio da Associação Palas Athena, Beth El, Instituts Ame Sua Mente e Liberta, é voltado a educadores, pais mães e familiares envolvidos na educação e criação de adolescentes.
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, também foi feita uma homenagem às líderes do futuro.
Ao final do evento, os palestrantes foram presenteados com gravuras do Projeto Artes & Artistas em beneficio da Na’amat Pioneiras São Paulo.