Caro Presidente,
A Confederação Israelita do Brasil e a Federação Israelita do Estado de São Paulo, entidades representativas da comunidade judaica prezam a democracia acima de tudo.
Sabemos o que é viver em sociedades autoritárias e as consequências que isto traz às minorias.
Entendemos e aplaudimos o sistema democrático livre e suas instituições como a Imprensa, os sindicatos, os poderes públicos independentes.
Apenas mostramo-nos desconfortáveis, quando em defesa de um profissional demitido do Teatro Municipal, o SINDMUSSP escreve que o Maestro John Neschling adota atitudes nazistas.
O nazismo foi o pior dos regimes totalitários levando à morte mais de 50 milhões de pessoas, dentre as quais 6 milhões de judeus e, inclusive, membros da família Neschling. Não devemos utilizar este “adjetivo” de forma a banalizá-lo. Nada se compara ao ocorrido na Europa entre as décadas de 30 e 40 do século passado. Este é um tema muito sensível para toda a comunidade judaica, pois ainda temos entre nós, sobreviventes do Holocausto, que nos relatam os horrores cometidos naquele período.
Pedimos a sensibilidade de vosso sindicato ao tocar em temas tão difíceis e que trazem à memória momentos dolorosos em todos nós.
Cordialmente, Shalom!
Fernando Lottenberg Mario Fleck
Presidente – CONIB Presidente – FISESP