Para driblar a crise dos países desenvolvidos e garantir um mercado consumidor externo, os novos empreendimentos de tecnologia israelenses já buscam o Brasil como novo mercado consumidor de produtos de alta tecnologia. A fim de atrair investidores e empresas brasileiras para apostar no setor de alta tecnologia de seu país, Chemi Peres, gestor do Fundo Pitango, o maior de venture capital de Israel, e filho do presidente Shimon Peres, esteve no Brasil à convite da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria e em parceria com a Missão Econômica de Israel e o Consulado de Israel em São Paulo.
Além de participar de diversas reuniões e rodadas de negócios com empresários e investidores, Peres ministrou a palestra “Investindo no setor de alta tecnologia de Israel”, para uma plateia de empresários, investidores e empreendedores, durante café da manhã realizado na A Hebraica.
Com mais de 1,4 bilhões de dólares sob sua gestão e uma carteira crescente de empresas inovadoras, Pitango é o maior fundo de Venture Capital de Israel, com escritórios em Israel e no Silicon Valley. Desde 1993, o fundo investiu em mais de 120 empreendimentos tecnológicos, ajudando-os a transformar suas ideias em empresas viáveis e líderes de mercado.
Peres reforçou a importância do incremento nas relações comerciais entre Brasil e Israel. “Em Israel temos cinco mil empresas procurando parceiros e investidores. Somos um país pequeno e nossa economia tem que ser global, baseada nas exportações”. Segundo ele, o fundo quer abrir novas portas de exportação para companhias que atuam no setor de tecnologia da informação, dispositivos médicos, biotecnologia, agro-tecnologia (voltada principalmente para segurança alimentar e técnicas para o aumento da produtividade), energia (com iniciativas voltadas à utilização de recursos renováveis) e nanotecnologia.
De olho na comunidade árabe –israelense, que representa 23% da sociedade, e no potencial de abertura trazido pela Primavera Árabe, Peres criou um fundo de investimento privado chamado Al Bawader, que busca impulsionar negócios para ampliar o acesso da comunidade árabe à rede, oferecendo serviços nesse idioma. O novo fundo , cujo nome significa “broto verde”, vai estimular empreendedores árabes e criar oportunidades a jovens profissionais, além de ampliar o comércio de alta tecnologia entre Israel e as nações da região. “Vamos trazer a sociedade árabe para a nação das start ups e isso vai nos ajudar a abrir um mercado regional. Hoje, cerca de 350 milhões de pessoas falam árabe somente no Oriente Médio ”, destacou.
O presidente da Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria Jayme Blay, reforçou a complementaridade das economias dos dois países: Há um enorme potencial de ganho na colaboração entre Brasil e Israel. Quanto mais o Brasil puder absorver da tecnologia oferecida por Israel, maior valor agregado terá em seus produtos, tendo como consequência maior competitividade e predominância de mercado. A Câmara está ansiosa para participar deste processo e está aberta a todos empresários brasileiros.