O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve na última segunda-feira nas obras do primeiro museu judaico da América Latina, que vai funcionar onde existia uma antiga sinagoga da década de 30. O museu vai preservar a memória dos judeus desde sua chegada ao Brasil, além das diversas fases migratórias da comunidade judaica, seus ritos, festas e tradições.
Um dos marcos históricos do centro paulistano, o antigo Templo Beth-El está sendo totalmente reformado para abrigar o Museu Judaico de São Paulo. A obra conta com o apoio financeiro de R$ 1 milhão do Governo do Estado de São Paulo, disponibilizado via Lei Rouanet, por meio da CESP – Companhia Energética de São Paulo, para a construção de um anexo com quatro andares e um mezanino. O Museu deve ser aberto ao público em 2016, com um panorama das fases migratórias da comunidade judaica, seus ritos, festas, tradições e características específicas de seus países de origem. A local está atualmente em finalização do processo de restauro.
O projeto arquitetônico concebido pelo escritório Botti Rubin Arquitetos mantém as características originais do prédio, além de incorporar o anexo, que ocupará a área desde a Rua Martinho Prado até a Avenida 9 de Julho. Dessa forma, a nova concepção mistura as particularidades da antiga construção e algumas tendências da arquitetura moderna. Como resultado, as linhas clássicas da Sinagoga irão contrapor o novo prédio, construído em vidro.
Depois de aberto, o museu vai abrigar um acervo extenso, composto em grande parte por objetos doados por famílias e instituições. Atualmente já estão catalogados cerca de 500 itens entre talheres vindos de um campo de concentração, um talit (objeto religioso judaico na forma de um xale) com mais de 150 anos, objetos de culto religioso e de uso cotidiano, trazidos ao Brasil por imigrantes.
Tombado pelo Conpresp – órgão de preservação do patrimônio histórico em nível municipal – o edifício também recebeu apoio do governo alemão, em 2013, para o restauro da sinagoga.