Governo do Distrito Federal se soma a oito estados brasileiros e adere a documento da IHRA

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O governador do DF Ibaneis Rocha e o presidente da CONIB Claudio Lottenberg

O governo do Distrito Federal decidiu aderir à Definição de Antissemitismo da Aliança Internacional para a Recordação do Holocausto (IHRA), se somando a oito estados brasileiros em um movimento nacional crescente como forma de combater o antissemitismo. O governador Ibaneis Rocha (Movimento Democrático Brasileiro) assinou a adesão nesta terça-feira (10) em cerimônia que contou com a presença de autoridades e representantes da comunidade judaica.

O presidente da CONIB Claudio Lottenberg e o governador do DF Ibaneis Rocha. Foto: Divulgação Governo DF.

“O governador Ibaneis e o Distrito Federal sinalizam positivamente por aquilo que temos defendido: não ao discurso de ódio e não ao antissemitismo. Espero que os vizinhos se inspirem neste bom exemplo”, destacou o presidente da CONIB, Claudio Lottenberg.

O Governador Ibaneis Rocha com equipe da Conib e ACIB (Associação Cultural Israelita de Brasília). Foto: Divulgação Governo DF.

A CONIB destaca a participação do advogado Alberto Toron, que teve importante papel como articulador para a concretização da adesão.

A assinatura do documento reflete um movimento global crescente, com a adesão de mais de 40 países. Nas Américas, além da Argentina, aderiram ao documento os Estados Unidos, Canadá, Uruguai, Panamá, Colômbia e Guatemala o adotaram. O Brasil, como membro observador da IHRA, participa ativamente deste movimento global, que visa fortalecer a luta contra a discriminação e promover a paz e a tolerância em nível internacional.

De acordo com a definição da IHRA, “o antissemitismo é uma determinada percepção dos judeus, que se pode exprimir como ódio em relação aos judeus”. “Manifestações retóricas e físicas de antissemitismo são orientadas contra indivíduos judeus e não judeus e/ou contra os seus bens, contra as instituições comunitárias e as instalações religiosas judaicas”. Negar a existência do Holocausto, fazer alegações mentirosas e estereotipadas sobre os judeus, considerar os judeus coletivamente responsáveis pelas ações do Estado de Israel são alguns dos exemplos práticos do documento.

Apesar de não ter efeito juridicamente vinculante, a adesão ao documento serve como importante balizador para que governos, autoridades e a sociedade em geral entendam e identifiquem casos de antissemitismo, que crescem em ritmo preocupante no País, como revelou um recente levantamento da Confederação Israelita do Brasil (Conib), em parceria com a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp).

Cláudio Lottenberg entre os advogados Alberto Toron e Marcio Paciornik. Foto: Divulgação Governo DF.

Dados recentes da CONIB, em colaboração com a Fisesp, revelam um aumento alarmante de quase 600% nas denúncias de antissemitismo no País desde o início do conflito entre Israel e Hamas em 7 de outubro.

Além do Distrito Federal, já assinaram o Termo de Adesão os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Roraima, Rondônia e Amazonas. No cenário internacional, a Definição de Antissemitismo tem sido adotada por países como Estados Unidos, Canadá, Argentina, Uruguai, Panamá, Colômbia e Guatemala.