Com a presença de 25 ativistas da comunidade judaica paulista mais um ativista gaúcho, a Federação Israelita do Estado de São Paulo, com apoio do Keren Hayesod, promoveu de 6 a 16 de outubro, a quinta edição do programa “Hassefá Ba´Aretz” (Reunião em Israel), que levou seus participantes para França e Israel.
Hassefá Ba’Aretz foi criado pela Federação Israelita para reforçar a ligação entre os líderes voluntários e profissionais da comunidade judaica de São Paulo e o Estado de Israel. Este objetivo é conseguido através de uma missão na qual a liderança cobre os temas mais críticos na agenda do povo judeu e de Israel hoje, e inclui a visita previa a nações nas quais os judeus têm tido ou têm uma presença significativa.
A primeira etapa da missão foi a viagem à França, onde a delegação teve contato direto com os problemas enfrentados pela comunidade judaica francesa, tais como o antissemitismo, a convivência com a comunidade muçulmana, calculada em 6 milhões de membros, além de contatos com as embaixadas de Israel e do Brasil.
O jornalista brasileiro, radicado há mais de 20 anos em território francês, Milton Blay deu uma visão acadêmica da forte imigração local e a assessora internacional do ex-presidente Nicolas Sarkozy explicou um pouco sobre a dinâmica da politica do país europeu. A delegação também foi recebida pelo Barão de Rothschild, que apresentou o modelo de segurança utilizado pela comunidade francesa.
Em Israel, o grupo reuniu-se com importantes personalidades das áreas política, econômica, religiosa, científica, militar, acadêmica e também com renomados jornalistas, como Henrique Cymerman. Um dos pontos altos foi o encontro com o ministro Naftali Bennet, nova figura na política israelense, que defendeu a posição de que Israel precisa tocar em frente sua economia e problemas internos, independente das questões externas.
Os deputados Itzhak Herzog (Partido Trabalhista) e Ruth Calederon (Yesh Atid) também encontraram a delegação. Herzog defendeu uma postura mais participativa de seu partido, enquanto a educadora Calderon disse que pretende capitanear uma revolução na educação em Israel.
As questões Palestina, Irã e vizinhos de Israel foram abordadas por diferentes analistas como Yoav Limor e Ehud Yaari. Dois rabinos de diferentes linhas religiosas, Michael Melchior (ortodoxo) e Uri Regev (reformista) mostraram como é possível a convivência respeitosa entre os diferentes.
Em Ramallah, o médico e ativista palestino, Mamdouh A´ker, que participou das negociações em Madri e Washington, defendeu a posição de dois estados para a solução do conflito entre israelenses e os palestinos, mas com uma diferença em relação a posição israelense. “Um dos estados totalmente palestino e ou outro para os dois povos”.
O novo embaixador brasileiro em Tel Aviv, Henrique Sardinha e sua equipe recebeu o grupo em um jantar. Foi o seu primeiro encontro oficial após a entrega de credenciais ao presidente Shimon Peres. Já o embaixador em Ramallah, Paulo Roberto França e sua equipe estiveram com os ativistas em um almoço na capital da Autoridade Palestina.
Para o vice-presidente executivo da Federação, Ricardo Berkiensztat, o programa é fundamental para as lideranças comunitárias: “esta viagem na verdade é uma imersão de estudos que reforça os laços e compromissos com o judaísmo, com o Estado de Israel e a com vida contemporânea da diáspora.”