Jonathan Sacks, rabino-chefe do Reino Unido e da Comunidade Britânica, veio neste fim de semana pela primeira vez ao Brasil. Nos dias 9. 10 e 11 de março ele deu palestras para amplo público, em São Paulo.
Sacks falou para cerca de mil jovens judeus de 17 a 27 anos, no âmbito do Projeto Morashá; deu palestra para mais de 200 educadores e líderes judaicos, na Hebraica, no âmbito do projeto Et Likró! (Vamos Ler!), e para cerca de 1.500 pessoas na Sinagoga Beit Yaacov. O rabino também falou no Colégio Beit Yaacov, para alunos de Ensino Médio das escolas judaicas paulistanas.
Sacks focou em temas como educação e tolerância. Graças à educação, disse ele, a civilização dos escravos que construíram as pirâmides do Egito sobreviveu, enquanto que da civilização daqueles que mandaram construí-las só restaram as próprias pirâmides. Ele lembrou que um dos maiores líderes do judaísmo é chamado de “Moshé Rabenu”, ou seja, “nosso professor”.
Em um de seus textos, referindo-se à festa de Pessach, ele notou: “Nossa liberdade como povo não vem do ambiente físico no qual vivemos; muito pelo contrário, nossa liberdade começa com o que ensinamos aos nossos filhos”.
Nas escolas judaicas, defendeu que o conhecimento não deve vir apenas da educação formal, mas da formação de identidade e dos aspectos afetivos e emocionais. As crianças judias devem participar de ações de caridade, fora de sua comunidade, “para tornar o mundo melhor”. Sacks considera que se deve dar às crianças a chances de se doar e também ensinar aos mais velhos.
Desde que assumiu a liderança religiosa da comunidade judaica britânica, no início dos anos 1990, o rabino contribuiu de maneira fundamental para o fortalecimento do judaísmo no Reino Unido. Quando assumiu o posto, apenas 25% das crianças judias estudavam em escolas judaicas; hoje, são 70%.
Ele também fortaleceu a prática da tolerância religiosa; após o 11 de setembro, os judeus rapidamente se colocaram ao lado dos muçulmanos do Reino Unido, para defendê-los. Para Sacks, os judeus não podem se defender sozinhos do antissemitismo; assim, devem assumir a linha de frente na defesa de outros que também são perseguidos.
O rabino veio ao Brasil a convite do Instituto Morashá de Cultura e com apoio da Fundação Safra e de diversas entidades judaicas, entre elas a FISESP e a CONIB.
Fonte: CONIB