Na data de hoje, o ex-ministro José Dirceu, em entrevista à Folha de S. Paulo, afirmou que “o povo palestino” tem o direito “sagrado” de “se levantar em armas contra a ocupação de Israel”. Uma afirmação ultrajante, que busca a legitimação do maior atentado terrorista da história israelense, no qual mais de 1200 pessoas foram brutalmente assassinadas por integrantes do Hamas, que invadiram o sul de Israel e atiraram sem distinção contra homens, mulheres, crianças, idosos e bebês.
A Federação Israelita do Estado de São Paulo vem, novamente, questionar publicamente até quando atos de terrorismo contra judeus mundo afora serão relativizados por personalidades da política nacional brasileira?
Omitindo deliberadamente informações históricas cruciais, José Dirceu, em uma única entrevista, confundiu o povo palestino com o grupo terrorista Hamas; silenciou a respeito da utilização de violência sexual contra mulheres israelenses como instrumento de guerra; nada disse sobre os mais de 250 reféns de diversas nacionalidades que foram sequestrados, dos quais apenas 101 continuam sob poder dos terroristas do Hamas; e ignorou sumariamente o fato de que Israel não ocupa a Faixa de Gaza há quase 20 anos, oportunidade em que deixou o território para que o povo palestino pudesse decidir seu próprio futuro, sonho que acabou sendo apropriado por radicais que se recusam a aceitar a existência do país vizinho.
Em outra passagem marcante da entrevista, Dirceu afirmou que “no Brasil nunca teve antissemitismo”. Nós, judeus brasileiros, adoraríamos viver no país representado no imaginário do ex-ministro. Mas sabemos a realidade, vivemos a realidade e, justamente por isso, continuaremos agindo para modificá-la. Certamente não serão aqueles que buscam legitimar a ação criminosa do Hamas que definirão, à revelia da comunidade judaica, o que é antissemitismo.
Federação Israelita do Estado de São Paulo