Encerrou ontem (07/5), a 14ª Assembléia Plenária do Congresso Judaico Mundial, que ao contrário do que acontece normalmente, sua liderança optou por realizá-la em Budapeste, Hungria para denunciar o forte antissemitismo que reina na Europa, sobretudo no referido país, onde ocorreu inclusive, uma marcha de militantes contra o evento e seus participantes.
Membros de mais de 100 comunidades judaicas dos mais distintos países se reuniram para debater temas de importância para o povo judeu na esfera mundial, incluindo o alarmante crescimento dos partidos políticos neonazistas em vários países da Europa e a situação no Oriente Médio. Também, foram votadas as autoridades da Organização para os próximos quatro anos, tendo a brasileira Chella Safra sido eleita para o cargo de tesoureira.
O presidente do CJM Ronald S. Lauder expressou que “esta é uma oportunidade muito boa para demonstrar que nos mantendo unidos, o povo judeu pode fazer com que sua voz seja ouvida e assim ter êxito em importantes realizações”.
O primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán e o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle foram convidados especiais do evento..
Reação do CJM: O discurso de Orbán não enfrentou a verdadeira natureza do problema na Hungria
O primeiro ministro da Hungria Viktor Orbán discursou no jantar de abertura do evento, quando expressou que o antissemitismo é “inaceitável e intolerável”.
No entanto, o primeiro-ministro não confrontou a verdadeira natureza do problema: a ameaça imposta pelos antissemitas em geral e pelo Partido de Extrema Direita Jobbik, em particular.
Lamentamos que o senhor Orbán não tenha se referido aos recentes incidentes antissemitas no país e que tampouco ofereceu garantias de que impôs uma linha clara entre seu governo e a Extrema Direita.
Como o povo judeu vem aprendendo através da histórias ações falam mais alto do que as palavras, não importam quão boas tenham sido elas. O CJM continuará exigindo a todas as forças democráticas da Hungria e de qualquer lugar que combatam com grande determinação o crescente extremismo, antissemitismo e ódio.
O Brasil e a América Latina
A quantidade de participantes do Brasil e de muitos países latino-americanos chamou a atenção dos presentes, dada a sua atuação, participantes jovens, conquista de cargos e funções no executivo da entidade, que chegou a superar as já tradicionais e numerosas delegações americana e israelense.
Encabeçando a delegação brasileira, esteve Jack Terpins –presidente do Congresso Judaico Latino-Americano, Claudio Lottenberg –presidente da Confederação Israelita do Brasil, Chella Safra, Eduardo Alcalay- único presidente de uma escola judaica do País, Fernando Lottenberg- secretário-geral da Conib, Eduardo Wurzmann, diretor da Conib, Dov Bigio- membro do grupo de Novas Gerações do CJL e Silvia Perlov- assessora de imprensa do CJL para o Brasil.
Segundo Jack Terpins, essa é uma oportunidade excelente para que membros e lideranças troquem experiências entre suas comunidades de origem, possam planejar ações conjuntas e tomar ciência do que de fato acontece entre os quatro cantos do mundo. “Aproveito para reforçar o quanto nós, brasileiros, somos privilegiados por gozar de liberdade de fé, o respeito mútuo que temos uns com os outros, e também, mostrar a todos que somos unidos e responsáveis uns pelos outros”. E concluiu: “Temos de lutar pela liberdade de expressão, respeito, democracia, valores esses primordiais para uma boa convivência!”.