Memorial do Holocausto realiza Ato em Memória a Kristallnacht

Evento lembrou trágico pogrom, ocorrido há 86 anos na Alemanha e na Áustria anexada

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Ato em Memória a Kristallnacht. Foto: Felipe Araujo.

Realizado na manhã do dia 10, no Memorial do Holocausto, o Ato em Memória a Kristallnacht, ou Noite dos Cristais, trágico pogrom que ocorreu há 86 anos na Alemanha e Áustria anexada, foi marcado pela emoção e pela reflexão. Apoiado pela Federação Israelita SP, StandWithUs Brasil, CONIB e pelo Museu Judaico de São Paulo, o evento contou com falas de Margot Rotstein, Stefan Lippmann, George Legmann e Ruth Sprung Tarasantchi, fundadora e curadora do Museu Judaico de São Paulo, sobreviventes do Holocausto, Claudia Roth, ministra de estado da Cultura na Alemanha, rabino Toive Weitman, diretor do Memorial do Holocausto, Luiz Kignel, vice-presidente da CONIB, Jacques Griffel, secretário-geral da Federação Israelita SP, Cris Monteiro, vereadora e Dika Vidal, secretária-adjunta na Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, Sarita Mucinic Sarue, coordenadora educacional do Memorial do Holocausto e Rafael Erdreich, cônsul-geral de Israel em São Paulo.

Margot Rotstein e Stefan Lippmann dão seus depoimentos. Foto: Felipe Araujo.

“O antissemitismo que incendiou a Noite dos Cristais ainda mostra a sua face, seja através do terrorismo ou do crescimento preocupante de discursos de ódio”, comentou Rafael Erdreich. 

Rafael Erdreich. Foto: Felipe Araujo.

“Este é um dia de tristeza, um evento de muita tristeza para todos vocês, mas também de muita vergonha para mim, como alemã”, disse Claudia Roth. “Nós, alemães, temos que todos os dias redimir essa responsabilidade histórica que temos”. 

Ela ainda se desculpou em nome do governo federal alemão e falou sobre a situação dos 101 cidadãos israelenses que ainda são mantidos reféns pelo grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, desde 7 de outubro de 2023. 

“Não pudemos levar nada”, contou Margot, que teve sua entrada ao Brasil rejeitada pelo governo de Getúlio Vargas. Já Stefan Lippmann ressaltou a importância das novas gerações conhecerem esse passado. 

Ruth Sprung Tarasantchi discursa. Foto: Felipe Araujo.
George Legmann discursa. Foto: Felipe Araujo.

Jacques Griffel pediu desculpas, em sua fala, aos sobreviventes do Holocausto. “Vocês testemunham, mais uma vez, aquilo que imaginavam que nunca mais aconteceria. De certa forma, acho que fracassamos, pois vivemos em um mundo em que o mal fala mais alto.” 

Jacques Griffel discursa. Foto: Felipe Araujo.

Também participaram os consulados da Alemanha, representado por Martina Hackelberg, cônsul-geral em São Paulo, da Lituânia, com o cônsul-honorário, Carlos Levenstein, dos Países Baixos, Wieneke Vullings, cônsul-geral em São Paulo e da Argentina, representado pelo secretário Sebastian Abolsky.