A Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP), através do Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina (ELF), expressa profunda indignação e repúdio à posição adotada pela diplomacia brasileira ao se abster em uma votação crucial na Assembleia Geral das Nações Unidas que condenava o regime do Irã pela repressão sistemática contra mulheres, minorias e manifestantes.
A abstenção do Brasil é um retrocesso inaceitável no compromisso histórico do país com a defesa dos direitos humanos e da igualdade de gênero. O governo iraniano, ao longo dos últimos anos, tem promovido uma repressão brutal contra mulheres, incluindo prisões arbitrárias, torturas, execuções e a imposição de um regime de opressão que criminaliza atos simples como o descumprimento de regras rígidas de vestimenta. Essas práticas violam os direitos mais básicos de liberdade, dignidade e igualdade, o que torna qualquer neutralidade, como a abstenção, um sinal de conivência com tais atrocidades.
Como um grupo comprometido com a promoção da liderança feminina e os valores de igualdade e justiça, o ELF condena veementemente qualquer postura que relativize ou negligencie os direitos fundamentais das mulheres e minorias. Reafirmamos que o Brasil deve estar na vanguarda da defesa dos direitos humanos, alinhando sua política externa aos princípios universais de dignidade, liberdade e igualdade.
O ELF conclama a sociedade civil e as lideranças femininas a se unirem em um apelo conjunto para que o Brasil retome seu papel de liderança ética e moral no cenário global, assumindo uma postura ativa em defesa dos direitos das mulheres e dos valores democráticos que devem nortear todas as nações livres.
Marcos Knobel
Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo
Miriam Vasserman
Vice-Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo