Papa Francisco quer contribuir para as relações de proximidade e amizade entre católicos e judeus
Ao receber em 11 de outubro, no Vaticano, o rabino-chefe de Roma, Ricardo Di Segni, e uma delegação da comunidade judaica, o papa Francisco exprimiu o desejo e a esperança de contribuir para relações de proximidade e amizade entre católicos e judeus, como pôde realizar em Buenos Aires. A audiência ocorreu quando se lembram os 70 anos da deportação dos judeus de Roma para os campos de extermínio nazistas.
“Como bispo de Roma, sinto-me particularmente próximo da comunidade judaica da Urbe”, declarou o papa. “Comunidade com mais de dois mil anos de presença ininterrupta, sendo a mais antiga da Europa ocidental. As relações com a Igreja de Roma foram muitas vezes marcadas por incompreensões e mesmo injustiças”, reconheceu o pontífice. “Mas conheceram – graças a Deus – nas últimas décadas, o desenvolvimento de relações amigáveis e fraternas. E isso graças ao Concílio Vaticano II, mas não só”.
Aludindo à “tragédia comum da guerra” e à deportação dos Judeus de Roma – que ocorreu há exatos 70 anos-, afirmou: Lembraremos e rezaremos por tantas vítimas inocentes da barbárie humana, pelas suas famílias. Será também uma ocasião para manter sempre desperta a nossa atenção para que não ressurjam, sob qualquer pretexto, formas de intolerância e de antissemitismo, em Roma ou no resto do mundo. Que o antissemitismo seja excluído do coração e da vida de cada homem e de cada mulher!”
O rabino-chefe de Roma fez ao papa votos de um pontificado “longo e sereno”, em que não deixará de encontrar comunidades judaicas pelo mundo e visitar Israel, e concluiu exprimindo o desejo de que, como fizeram João Paulo II e Bento XVI, visite a comunidade judaica romana. Ao final da audiência, ele declarou: “Ficamos todos impressionados com a sua disponibilidade, a sua cordialidade, com a possibilidade de estabelecer um diálogo totalmente aberto. Falamos sobre tudo, de questões bíblicas a temas sociais. E a receptividade do papa foi a mesma sob qualquer tema”.
Em carta enviada nesta quarta-feira, 16 de outubro, ao rabino-chefe de Roma, o papa afirma que é preciso “não esquecer os deportados e permanecer vigilante contra o antissemitismo”. Lembrar a deportação, prossegue Francisco, é fazer “uma chamada às novas gerações para que não esmaguem sua própria existência, não se deixem levar pela ideologia, nunca justifiquem o mal que encontramos”.
Fonte: CONIB