A Federação Israelita do Estado de São Paulo – FISESP, por meio de seus representantes oficiais e membros voluntários da Comissão Até os 120 aponta preocupação com a inclusão do termo “velhice” na Classificação de Doenças e Problemas de Saúde (CID) da Organização Mundial de Saúde em sua 11. Edição, a vigorar a partir de 01/01/2022.
Não obstante o respeito que a OMS merece por seu trabalho em prol da vida, bem como o nosso respeito aos médicos e estudiosos do assunto, a proposta para esta mudança nos parece anacrônica e temerária, e igualmente incongruente com a definição de doença da própria entidade.
Considerar “velhice” como doença pode contribuir desastrosamente com o estigma e o ageísmo, tão prejudicial para a ampliação do preconceito, da estigmatização, marginalização e exclusão das pessoas nesta faixa etária. Não estamos minimizando as alterações no organismo decorrentes desta fase da vida, mas queremos destacar que este ciclo de vida pode trazer incríveis evoluções do ponto de vista emocional e psicossocial.
Nós da FISESP, por meio de diversas iniciativas institucionais e por meio das nossas entidades federadas temos contribuído sobremaneira para a sensibilização da sociedade no sentido de ressignificar o envelhecimento e o papel social dos mais velhos, entendendo que envelhecer não é um problema ou doença, e sim, uma fase do desenvolvimento humano que traz extraordinária evolução individual e coletiva, ampliação de riquezas e desenvolvimento social e cultural.
Em nosso livro sagrado, a Torá, a idade avançada é considerada uma virtude e uma benção, que devemos sempre honrá-la. Devemos reservar aos mais velhos a posição de honra e dignidade baseada na idade, na sabedoria e na longa experiência de vida.
Velhice não é doença!
Luiz Kignel
presidente
Ruth Goldberg
diretora