Na noite de ontem, 10, ocorreu a reinauguração da sede da Federação Israelita SP, juntamente com a inauguração do mural dos ex-presidentes e a solenidade de descerramento da placa/foto de Luiz Kignel, ex-presidente da entidade. O evento contou com discursos de Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita SP, Rabino David Weitman, membro do Conselho Deliberativo, Claudio Lottenberg, presidente da CONIB e Luiz Kignel.

O primeiro a discursar foi Marcos Knobel, destacando que esse era um evento muito importante para todos da entidade. “A ideia da reforma veio ainda na gestão do Luiz, para que se pudesse ter um espaço onde nossa diretoria tivesse mais comodidade. Se pensou até em home-office, mas isso tira um pouco a essência do que é uma sede da Federação para trazer toda a comunidade”.
Ele ainda reforçou que a sede é aberta para toda a comunidade e que a reforma demorou por questões relacionadas à pandemia e também pela Guerra, mas que no final, houve sua abertura conforme o desejado.
Em seguida, o rabino David Weitman fez uma brachá.

Após a brachá, o próximo a dizer algumas palavras foi Claudio Lottenberg, relembrando o processo de construção da sede, elogiando Marcos Knobel e Luiz Kignel por suas gestões. Ele também destacou, em sua fala, a felicidade que sente em saber que a Federação Israelita SP avançou, nos últimos anos, em questões que antes não eram discutidas, tais como inclusão, diversidade e empoderamento feminino.
Lottenberg não deixou de comentar sobre o desafio que nossa comunidade enfrenta. “Há uma total inversão de valores, com o terrorismo sendo comemorado, enquanto os reféns libertados apresentam uma fisionomia como as que as pessoas que estavam em campos de concentração apresentavam. O governo continua indiferente, alguns sem falar nada. Mas, nossa comunidade é forte e continua resistindo”.
Após a fala de Claudio, Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da Federação Israelita SP, chamou Rafael Erdreich, cônsul-geral de Israel em São Paulo, Fernando Rosenthal e Denise Antão, presidente e ex-presidente do Conselho da Federação, respectivamente, para inaugurar o mural. Em seguida, Miriam Vasserman, vice-presidente da Federação Israelita SP entregou flores para Silvia Kignel, ex-primeira-dama, e Tuca, presidente da Comunidade Shalom, entregou para Lara Knobel, atual primeira-dama da Federação Israelita SP.
Em seguida, Luiz discursou brevemente, colocando a questão de que a Federação Israelita SP acolhe todas as linhas, com respeito e sem embates, além de agradecer a todos pela presença. “O lema dessa Federação é: de Israel, jamais se fala mal. Aqui só se defende Israel. Temos aqui pessoas de todas as linhas políticas, religiosas e culturais, mas há uma regra para todos: Israel é Eretz. Vamos defendê-la sempre e continuamente. Am Israel Chai.”
“O fato da Federação Israelita SP ter feito essas mudanças deu para ela uma aparência dinâmica muito maior, muito mais adequada aos dias de hoje. Está de parabéns pelo trabalho feito em uma época tão conturbada para a comunidade. E a presidência do Luiz realmente foi um marco e hoje será lembrada como uma das mais profícuas da nossa história. Como ex-presidente, sinto orgulho, porque Luiz era uma das pessoas que trabalhavam comigo. Vê-lo aqui exercendo essa função com tanta capacidade só pode me dar muito prazer”, disse Jayme Blay, um dos ex-presidentes da Federação Israelita SP.

“Aqui há muito simbolismo. A reinauguração, como disse o rabino, muda o Mazal, ainda mais em um momento tão delicado de Israel, da sociedade democrática mundial. Um momento de recrudescimento de práticas antissemitas. E aí há a lembrança que a Federação existe. É o momento de lembrar que a comunidade judaica de São Paulo e do Brasil, tem força, governança. Que faz com que os interesses e valores judaicos estejam presentes em todas as nossas discussões. Isso aqui é mais que uma reforma. Isso aqui é o software”, afirmou Bruno Laskowsky, também ex-presidente.
“Tem hardware, mas também tem o software dessa lista de histórias, de cultura, que faz a força da nossa comunidade. Muito orgulhoso e muito honrado de ter contribuído, de alguma forma, com esse processo. É uma alegria imensa estar aqui com amigos e reforçando nosso compromisso de identidade judaica e com nossos valores para sempre”, finalizou.
“Hoje nós estamos aqui na sede da Federação Israelita SP, promovendo a inauguração formal dessa nova sede e também o descerramento da placa do ex-presidente Luiz Kignel no mural dos ex-presidentes. São eventos de extrema importância. É uma sede renovada que abraça toda a nossa diretoria e algumas entidades que utilizam a Federação para reuniões e pesquisas. Luiz Kignel já está eternizado em nossa memória como um grande ex-presidentes, mas agora ele está eternizado no mural”, contou Marcos.
“Penso que a comunidade judaica deve ter um lugar agradável. As pessoas aqui defendem nossos interesses. Se preocupa com a comunidade, com as instituições. Eles merecem um lugar agradável, bonito e onde podem trabalhar. O home office hoje é uma concorrência. A sede é como um lar. Há coisas maravilhosas sendo feitas e o trabalho, com certeza, será bem-sucedido”, disse o rabino David.
“A Federação é um ambiente vivo. Não só na renovação das pessoas, mas na infraestrutura, que serve para dar suporte nas frentes que são sua responsabilidade. Vi aqui um espaço para o Fundo de Bolsas, tão importante para a educação, vi um espaço para podcasts, tão fundamental na Comunicação. É uma Federação que busca maneiras mais modernas dentro de necessidades mais atuais. A homenagem para Luiz Kignel, mais que merecida. A Federação teve presidentes que foram absolutamente impecáveis em sua atuação, incluindo-o. Vou ficar muito feliz de ver seu retrato aqui eternizando seu trabalho tão significativo para nós, judeus brasileiros”, falou Claudio.

“Às vezes, não temos a percepção do que é a comunidade judaica de São Paulo. Ela é uma soma de todos nós. Eu estar aqui hoje no mural é uma participação a mais em uma comunidade que se esforça para ser uma das mais organizadas em todo o mundo. Comprometida com Medinat Israel, com Eretz Israel, que isso é fundamental, defendendo nossos ideais e nossa democracia em Israel. Em São Paulo, somos uma comunidade que luta por seus valores judaicos e por sucesso. Temos só motivo para nos orgulhamos. Faço parte desse tijolinho da construção comunitária”, pontuou Luiz.