Entre esta terça-feira (4) e o próximo dia 18 de julho, Israel vai receber cerca de 10 mil pessoas de 80 países diferentes para a 20ª edição das Macabíadas, que acontecerão em Jerusalém, Tel Aviv e Haifa. Destes 10 mil judeus, 500 são brasileiros.
“Nossa delegação é um pouco maior do que a da última edição. São 420 atletas e 80 pessoas da parte técnica, dirigentes etc”, explicou ao Torcedores.com, Dorio Feldman, diretor-executivo da Confederação Brasileira Macabi e um dos chefes da delegação do país nas Macabíadas.
“E todos os nossos atletas são pagantes. Eles pagaram do próprio bolso US$ 4.500 (cerca de R$ 14.800,00 no câmbio de hoje) para disputarem, entre passagens e tudo o mais. Isso porque conseguimos ajudar alguns, senão, ficaria mais de US$ 6 mil (aproximadamente R$ 19.800,00). O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) não nos deu nem uma bola de gude. E olha que o Nuzman (Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB) é judeu”, completou.
Os 420 atletas brasileiros são divididos em três categorias: 220 na divisão júnior (para atletas até 18 anos), 120 na categoria aberta (engloba todas as idades) e 80 na divisão master (para atletas a partir dos 35 anos). E é justamente nos 120 da categoria aberta que estão depositadas as esperanças de bom desempenho.
“O que conta é apenas a categoria aberta. Por isso, devemos ter o quarto ou quinto melhor desempenho geral. Temos uma boa equipe de natação, mas eles competem na master”, explicou Feldman.
FALTA DIVULGAÇÃO. E ATLETAS
Se o Brasil tem 120 atletas na divisão mais competitiva das Macabíadas, conta com uma delegação grande, por que, então, as Olimpíadas judaicas não são tão conhecidas assim? Para Dorio Feldman, não há explicação razoável.
“Já tentamos trazer imprensa, mas não há tanto interesse em divulgação”, disse o dirigente. “O nível dos Jogos não é nada acima da média. Já tivemos, na história, alguns campeões olímpicos participando, como o Bernard (jogador de vôlei), o (nadador americano) Mark Spitz… Neste ano, o Marcelinho vai participar”, disse o chefe da delegação brasileira, referindo-se ao levantador que ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas de Pequim, em 2008.
Outro medalhista olímpico estará na competição a partir de hoje. Trata-se de Israel Stroh (foto), que ganhou a prata no tênis de mesa nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Aos 30 anos, o atleta, que tem paralisia cerebral, prevê dificuldades nas Macabíadas. O motivo? Terá de disputar contra atletas em melhores condições.
“Para quem joga em pé, varia das classes 6 a 10, sendo 10 a classe com menor comprometimento para o tênis de mesa e 6 a de maior comprometimento. Sou da classe 7 e imagino que o paralímpico vá juntar as classes 6 a 10 na mesam competição. Se separar não terá mais de dois por classe”, disse. “É como se eu, classe 7, fosse um sub-14 enfrentando um sub-18, equivalente à classe 9. É uma diferença física considerável, mas é possível de ganhar”, explicou.
De acordo com Stroh, os principais rivais nas Macabíadas serão um australiano classe 8 e um israelense classe 6 que estavam nas Paralimpíadas. “E há um israelense classe 9 que é muito forte”, disse.
Fonte: Torcedores.com