Em novembro de 2015 um dos maiores desastres ambientais assolou o Brasil quando a barragem da mineradora Samarco, controlada pelas empresas Vale e BHP Billiton se rompeu, despejando 40 bilhões de litros de rejeitos de minério e quase 700 KM da bacia do Rio Doce, nos Estados de Minas Gerais e Espirito Santo. A onda de lama varreu do mapa o distrito de Bento Rodrigues em Mariana, matando 19 pessoas e atingindo outras milhares, além de destruir a fauna e flora da região.
Até hoje, o impacto do desastre para o meio ambiente e para as pessoas atingidas direta e indiretamente são extremamente difíceis de se mensurar, entidades não governamentais se mobilizam e estão sendo realizadas pesquisas nas áreas de Saúde, Fauna, flora, Água, Impactos Sociais e Direitos Humanos.
A água do Rio Doce era utilizada para atividades econômicas do dia-a-dia, desde o uso doméstico, como para a lavoura e criação de cabras e em especial para a pesca, atividade primaria para grande parte da população ribeirinha, lembrando que para um rio com extensão de 700KM tivemos centenas de comunidades atingidas, dentre estas várias comunidades indígenas do Povo Krenak conhecidos também como Aimores os últimos Botocudos do leste.
A proposta para a participação no Regenera Rio Doce partiu da WUPJ-LA que convidou o KKL Brasil para participar junto do Tikun Olam na Vila de Areal – a vila indígena ao lado de Regência também localizada na foz do Rio Doce.
Foi lá que a pequena comunidade de origem Botocuda perdeu sua única opção de lazer, em especial para as crianças e jovens que não podem mais nadar nem brincar no Rio Doce. A pequena Vila não possui nenhum equipamento público de lazer, e atendendo a demanda deles fomos construir um campo de futebol society.
A parceria com a comunidade local garantiu o sucesso do programa, que não foi assistencialista, mas de construção comunitária, reforçando a elaboração de parcerias para a sustentabilidade e crescimento a longo prazo.
Foram três dias de muito trabalho, estudo, crescimento e uma recompensa impagável:a regeneração de uma sociedade em situação de vulnerabilidade.
“O trabalho intenso de três dias resultou em um belo campo de futebol Society construído lado a lado com as pessoas da comunidade. Foi uma troca de aprendizado e a soma de uma realização. No jogo de inauguração do campo, a alegria das crianças nos deu a certeza do sucesso e da nossa contribuição na reparação do mundo, cumprindo assim nossa missão de Tikun Olan”, destacou o diretor executivo do KKL Brasil , Marcelo Schapo.
“Integramos uma das maiores ONGs ambientais do planeta e tínhamos o dever de colaborar com as vítimas deste desastre ambiental, já que trabalhamos pela construção de Um Mundo Melhor. O KKL Brasil jamais deixaria escapar uma oportunidade de plantar uma árvore, como forma de criar raízes e acreditar num futuro melhor, e foi o que fizemos juntamente com o cacique da Tribo do Botocudos. Que está pequena muda de Ipê cresça trazendo esperança e floresça trazendo a beleza de suas flores para a alegria de todos”, complementou Schapo.
